Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir.
Eu não queria que fosse assim.
Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa."
http://caio-fernando-abreu.blogspot.com/
No momento, encontro-me apaixonada.
Apaixonada por Caio Fernando Abreu.
Assim como sou apaixonada e totalmente encantada por Clarice Lispector.
E esses dois grandes escritores, são super populares nas redes sociais.
Twitter e Facebook, só dá eles!
A meninada está descobrindo-os.
Conhecendo-os.
E eu, re-conhecendo-os.
Adoro ler.
Sempre tive esse hábito.
Desde criança.
Eu lia até os paradidáticos dos meus primos!
Eu os lia e na hora de fazer o trabalho, meus primos pediam para que eu fizesse.
Já que havia lido e eles não.
Lia por prazer.
Eu gostava, viajava na leitura.
E gibis?
Eita, esses eu lia ali mesmo na Banca de Jornal.
E minha mãe ficava com muito raiva, quando comprava um gibi e no caminho até chegar em casa, eu já havia terminado de ler.
Eu levava cada bronca!
Ela dizia que era "dinheiro jogado fora", rs.
Meu pai também reclamava, falava que eu "comia livros", por que o prato do almoço ficava no sofá enquanto eu lia qualquer coisa.
Acho que ele foi um pouco responsável por essa paixão.
Meu pai tinha o costume de me contar estórias antes de dormir.
Isso até meus 13 anos!
E por conseguinte, eu não me satisfazia em apenas ouvir, eu precisava ler.
Mal sabia ele, que despertou em mim uma grande paixão.
Eu lia tudo. Jornal, revistas..
Ainda tenho na lembrança, quando aprendi a ler.
Era a estorinha de "Laila".
Eu li tudinho para a professora.
E em seguida, li um textinho chamado "O Tinteiro".
Tenho decorado até hoje.
Isso com 3 meses de escola.
Entrei em Fevereiro e em Maio já estava lendo.
E até hoje é assim...
Sempre que chegava na casa de alguém, procurava por livros, começava a ler e pedia emprestado para terminar em casa.
Foi assim com "Furacão Elis" (de Regina Ecreverria) e "Eu Sei Que Vou Te Amar" (Arnaldo Jabor) que peguei "emprestado" da minha tia.
Há um mês, comprei "A Hora da Estrela" de Clarice Lispector.
E mais uma vez, minha mãe ficou aborrecida quando viu que li todo no mesmo dia, rsrs...
Fazer o quê?
As palavras seduzem a ponto de não querer mais parar.
E é com frases de Caio Fernando Abreu, que termino meu post.
"Tente. Sei lá, tem sempre um pôr-do-sol esperando para ser visto!"
"Amanhã é outro dia, aprendi isso ontem."
"Eu constantemente sinto saudade das coisas que perco, mas não as quero de volta.
Já doeu uma vez."
“Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa.
Ou não diga nada, mas chegue mais perto.”
São eles que despertam em mim a vontade de ler e de escrever.
Gabriele Lima
