É minha conclusão. A distância só ajuda. A verdade é que pirei bonito nesses últimos meses. Vivi uma história, mas viajei nos fatos. Distorci palavras. Distorci atitudes. Agi de forma errada. Era tudo muito claro. Sempre foi. Foi muito conversado, por sinal. Mas me envolvi de forma errada. E por isso, acabei tendo atitudes que não cabiam a mim tê-las. Não é para entender, rs. Eu entendo e isso basta. O que aconteceu foi o seguinte, de uma hora para outra mudei de emprego e por conseguinte minha rotina também foi afetada. Estava em outro lugar, com pessoas diferentes, fazendo coisas diferentes. E me senti acuada, apesar do clima receptivo. E isso aconteceu justamente no momento em que ele resolveu se afastar de mim. Isso me fragilizou! Nem sei dizer o quanto. Me senti um bichinho do mato (como meu avô me chama), querendo alguém para abraçar e dizer que estava ali... Era isso que eu queria ouvir. Mas não aconteceu. E não aconteceu simplesmente por que essa pessoa não poderia estar ali. E é aí que confirmo meu erro. Ele falou no começo que era uma coisa. Eu aceitei. Mas no final acabei agindo como sendo outra. Senti ciúmes quando na verdade não cabia a mim sentir isso, muito menos cobrá-lo! Foram tantos sentimentos rondando nesse coração. Tantos pensamentos rondando nessa cabeça. Fui infantil. Enchi o celular dele de recados. Enchi a caixa de e-mail dele! Toda semana escrevia praticamente um livro. Precisava falar. Depois me arrependia. É eu o enchi de mim. É que senti medo. Medo de perder. Foi tão forte! E senti falta. Muita falta. Uma saudade danada de tudo o que foi e que nunca mais será. Pois como ele disse, a novidade acabou. É, acabou. É por isso que chego a conclusão de que estar longe ajuda. Quer dizer, não é nem o fato de estarmos longe. É o fato de ele simplesmente me esquecer e me deixar de lado. Como se nada houvesse acontecido. A indiferença do outro ajuda muito a esquecer. Se é fácil? Não, nenhum pouco. Se dói? Putz! Dói muito! É punk. Mas necessário. Hum, no começo senti raiva. Raiva da falta de diálogo. Eu queria muito ouvir dele que não queria mais. Mas ele preferiu agir. Iiiish! Eu gosto de atitudes, admiro. Mas eu PRECISO de palavras. Sejam elas escritas ou faladas. Eu NECESSITO ouvir ou ler. Me faz bem. Mesmo que me faça mal. Contraditório? Paradoxo? É, pode ser. Mas é isso. Se me fizer mal, fará só no começo. Depois passa. E me faz bem. É que sou um tanto o quanto lesa para entender as atitudes. Começo a pensar bobagens ou a arrumar desculpas para justificar o tal ato. Passado o tempo, hoje entendo o que ele fez. Não concordo, mas entendo. Foi melhor assim. Homem não sabe agir de outra forma, né? Em vez de falar, apenas se afasta. Não liga. Não responde às mensagens. Tornam-se indiferentes. Eu ainda acredito que ficou o lance que chamávamos de amizade. Sim, acredito. Ainda conversamos de vez em quando. Raramente, posso dizer. Mas é assim... A vida se encarrega de fazer esse afastamento. Hoje entendo que foi necessário. Ainda acho que não precisava ter sido assim, sem palavras, sem definições. Pois para começar, foram tantas conversas. Tanto tempo no telefone, MSN, SMS. Foram tantas palavras. Até ficarmos juntos. Eu acho que para acabar, também deveria ter sido igual. Não precisava de muitas conversas. Apenas uma. Uma que esclareceria tudo e me deixaria menos magoada. Maaas, ok! Cada cabeça, uma sentença. Agora estou bem. Sem mágoa. Sem raiva. Vivendo... E certa que nada será como antes. E tranquila, sei que foi melhor assim. Eu precisava de um ponto final. Ele preferiu as reticências.
Gabi
