Sim, mais uma tattoo! Eu já estava com vontade de fazer outra tatuagem e até havia falado para algumas pessoas que faria a frase "E há tanto pra viver..." no ante-braço. Mas ficava adiando, todo sábado acontecia alguma coisa e eu desistia. Até que de repente me deu essa súbita vontade. Eu queria sentir um pouco da dor e decidi mudar a frase. Preferi uma palavra. Uma que representasse para mim. E foi essa. Attraversiamo. Palavra que até hoje é o meu subnick no MSN e que me chamou atenção logo quando li o livro Comer Rezar Amar (Elizabeth Gilbert). Vou tentar resumir. Attraversiamo está na primeira pessoa do plural do idioma Italiano. Ao traduzirmos para o nosso português, ela passa a significar 'Atravessamos'. No livro, ela é a palavra preferida de Liz, ao chegar na Itália. Ela gosta de sua pronúncia e principalmente da simplicidade do significado. 'Vamos atravessar'. Metaforicamente, não atravessamos um caminho sozinhos. Na eterna busca dos nossos sonhos, das nossas vontades, daquilo que somos ou que queremos ser, encontramos pessoas no meio do caminho e cada uma delas representa algo para a nossa vida. No livro, Liz está recentemente separada, larga seu emprego, e vai rumo a três países. Em cada um deles, descobre um prazer (por isso Comer Rezar Amar) e assim, a medida que vai conhecendo pessoas por onde passa, também descobre-se. Eu digo que em 2011 fiz a minha travessia. Acredito que tenha sido apenas o início. Os primeiros passos. E não fiz sozinha. No meio do meu caminho, encontrei alguém que me olhou e me estendeu a mão. Que me chacoalhou com atividades e que me fez pensar. Repensar. Nada foi fácil. Mas quando aceitei a proposta, me dispus a seguir. Encontrei várias dificuldades nessa caminhada. E vinha de dentro. Andava. Voltava. Parava. Mas depois, seguia. Como um ser humano em processo de construção, aprendi a lidar com os meus erros. E fica aqui meu registro de uma marca que agora está na minha pele. Decidi marcar em meu corpo, algo que está marcado em minha alma. Precisei dele para o começo da minha travessia e ano que vem é o ano de concretizar. Continuo caminhando. Com ele de alguma forma. Com outros amigos. Com meus pais. Mas sempre com alguém. Atravessamos uma fase. Demos os primeiros passos para uma longa caminhada. E quantas mais travessias terei de fazer? E quantas pessoas eu vou conhecer? São boas as expectativas... E sobre ser mais uma tatuagem? Bem, eu curto esse tipo de arte. Não vejo problema em fazer mais, caso eu ache necessário. Fui muito criticada por ter feito mais uma. Muita gente ficou preocupada, querendo saber o que estava acontecendo. Como assim? Foi-se o tempo em que tatuagem significava rebeldia. Até pode ser ainda, mas não é mais só isso. É vontade. É vaidade. Eu fiz por que precisava. Por que por incrível que pareça, a dor é gostosa de sentir. E para ter em mim, uma palavra que muito representa nessa nova fase. Quando penso no futuro, me vejo uma coroa com mais tatuagens. E quero fazê-las enquanto a pele estiver boa para isso. Sem vergonha. Sem preconceitos. Sem pensar no que vão falar. É isso.
Gabi
