terça-feira, 25 de outubro de 2011
É quando eu fico mais fraco, que fico mais forte.
Escrever pra mim é um hábito.
É exorcizar o que há dentro de mim.
Seja a angústia, a paixão, o medo...
De alguma forma, eu preciso expor em palavras (ainda que tortas) o que se passa aqui dentro.
Às vezes encontro um texto com o qual me identifico e posto.
Mas é através daquilo que escrevo, que consigo externalizar meus fantasmas.
Não dormi bem ontem, me senti estranha. Com palavras presas na garganta.
Não digeri tudo o que li.
Aí pensei, repensei, virei para os lados, tentando achar um lugar na cama em que eu pudesse encostar e dormir.
Mas foi punk.
Acabei dormindo, mas sonhei tanta bobagem...
Em Agosto desse ano, mas propriamente no dia 08 (meu aniversário) fiz mais 3 tatuagens.
Minhas borboletas!
Borboleta é a simbologia da liberdade e mais do que isso, da transformação.
Passei por muita mudança, de 2008 pra cá.
E quis ter em meu corpo a marca através de uma arte, que simbolizasse esse processo pelo qual estou passando.
Estou amadurecendo na marra.
Arriscando pra ver, ainda que seja preciso quebrar a cara.
E quebrei!
Sempre ouvi dizer que a gente cresce pelo amor ou pela dor.
Na minha vida sempre foi pela dor.
A dor mata algo em mim e faz surgir outras, que num instante causam medo, mas que depois me fazem bem.
É, o novo assusta mesmo.
A mentira dói.
É algo que não suporto e não aceito.
Sinceridade, às vezes em excesso vira até defeito. Mas é uma das qualidades que mais admiro.
Eu prefiro sofrer por uma verdade dita, a sofrer por uma mentira que amenize o que sinto.
E eu cheguei a conclusão que as pessoas mentem.
E mentem muito.
Seja como uma espécie de proteção, ou simplesmente para iludir.
Eu não minto. Posso falar claramente.
Posso até omitir certas coisas, mas mentir?
Já disse que não suporto.
Não há relação que sobreviva assim.
Amigos precisam da verdade.
O ser humano precisa da verdade...
E é horrível você se decepcionar com alguém que você aprendeu a confiar.
Alguém que lhe mostrou o mundo de uma forma mais real, mas não menos bonito.
Alguém que lhe abriu os olhos, alguém para quem você se despiu e mostrou sua alma.
Alguém que lhe vê , que conhece seus defeitos e ainda assim continua seu amigo.
Alguém que sempre foi a sinceridade em pessoa, de repente, mente.
Eu sei que esse alguém é humano e erra.
Mas a mentira é algo até difícil de associar a esse alguém.
Não combina.
Mas, é isso.
Eu teria aceitado qualquer argumento, se fosse sincero.
Mas mentir? Pra quê?
Eu não sei o que acontece comigo, minhas amizades não duram muito tempo.
Talvez eu deposite muita confiança em todos.
Essa carência que faz eu me apegar às pessoas de forma rápida e por conseguinte, quebrar a cara depois.
Dessa vez aprendi. Não vai haver uma terceira vez.
Como falei, eu cresço pela dor.
Isso vai passar, eu sei.
Nada volta a ser como antes, fato.
Mas a mágoa vai passar, sim.
Não guardo rancor. Isso não faz bem à saúde.
E tudo foi tão maravilhoso.
O meu convívio com ele foi fundamental para o início do meu amadurecimento.
A amizade vai ficar na lembrança.
E o aprendizado também.
Já é inesquecível.
Só não queria que tivesse terminado assim.
Não desse jeito.
Não consigo associar a imagem verdadeira que tenho dele, com a que eu conheci ontem.
São distintas.
E eu não quero destruir tudo o que penso sobre ele e que sei que é verdade, pois vejo no depoimento daqueles que convivem ou conviveram com ele, tantas coisas boas.
E apesar de tudo, sou tão grata a ele.
Eu quero que essa semana passe logo e eu saiba lidar com tanta emoção em tão pouco tempo.
É, bem-vinda ao mundo real.
Onde as pessoas mentem, ainda que seja como uma forma de se proteger.
Eu só me decepciono com as pessoas. Sempre.
Crescer dói.
E tomar consciência disso também.
Gabi
