De repente, ela sentiu uma falta daquele abraço, tão cheio de vida.
Tão forte, apertado. Em que segundos parecem horas que insistem em não passar.
Saudade.
A palavra é essa.
Sentiu saudade de algo que não é seu.
Como pode?
Isso é tão louco, meu Deus!
E é disso que ela precisa abrir mão.
Abrir mão do que não possui...
Paradoxo.
Mas é.
É isso que a complica.
O momento é perfeito, tudo se encaixa.
Mas o depois é fatídico.
E o depois dói.
Dói a frieza.
Dói a indiferença.
Dói o encontrar na rua e não poder abraçar.
Sim, aquele abraço único.
Que só ele sabe abraçar...
Mas não é dela!
Nada é seu.
E quem sobra tem de saber a hora certa de sair.
Ela abre mão de todos esses momentos, para buscar ser feliz.
Sozinha.
