quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Manhã...


Hoje cheguei cedo ao trabalho e corri quando na entrada do prédio, vi que o elevador estava para fechar. Consegui entrar! Dentro, estavam um senhor e uma moça gestante. O senhor fez uma bonita oração para o bebê que a moça carregava em seu ventre. O senhor deu três medalhinhas de Nossa Senhora da Conceição para ela, o marido e o filho. A moça desceu no terceiro andar. Eu que apertei o número 6, continuei no elevador, acompanhada pelo tal senhor, que me olhou e também me ofereceu uma medalhinha de Nossa Senhora. Aceitei e agradeci. Sexto andar. O elevador se abriu e antes que eu pudesse sair, ele segurou a porta e me deu três sementes de Bonina. Disse que eu plantasse, que a planta cresce lindamente. Mais uma vez, agradeci. Confesso que desci impressionada com tamanha delicadeza. Com tamanha sensibilidade. Com o bom humor matinal daquele senhor, logo tão cedo. Infelizmente, acostumei-me com aqueles ranzinzas que nem respondem ao meu bom dia. Por isso, fiquei tão grata à gentileza em um pequeno gesto de bondade e simpatia desse senhorzinho. É bom lembrar que ainda existem pessoas assim. Minha manhã começou tão bonita! E olha como tudo acontece: há quase um mês, pensei em comprar um vazo e plantar. Seria uma forma de exercitar a minha paciência, pois o plantio requer um cuidado e é um processo demorado. E hoje acontece isso. Agora já tenho as minhas sementes. Vou providenciar um vazinho e começar o meu pequeno jardim. São pessoas assim que me fazem acreditar ainda no ser humano. São pessoas assim que fazem valer o bom dia que pronuncio diariamente, mesmo que não me respondam. A moça gestante que repetiu a oração do velhinho, carrega em seu ventre um menino que se chamará Miguel. Miguel é nome de anjo. E eu, que sempre acreditei em anjos (parafraseando Lispector), posso dizer que justamente por eu acreditar, eles existem. E estão perto de nós o tempo todo. E revelam-se em pequenos detalhes do dia a dia.

Gabi