Ela é a pessoa.
A pessoa que agora para e reavalia sua vida ao longo desses 25 anos.
Os sonhos da infância (e os pesadelos vividos ainda que acordada), os medos, as brincadeiras...
A criança tão pequena, magrinha, com olhos grandes desconfiados, cresceu e deu lugar a uma adolescente introspectiva.
Tímida...
Ela se apaixonava e se afastava, para que ninguém percebesse.
Ilusão!
Os sonhos ainda eram o alimento da alma.
Vivia num mundo pequeno, numa casa pequena e crescia.
Perdera a noção do espaço. Desastrada, esbarrava pelos cantos.
Se achava esquisita.
Nada combinava com nada.
Ela estudava.
Descobriu nos livros, uma forma de fugir daquela realidade, por vezes tão assustadora.
Nas letras, encontrava um meio de se esconder.
Super protegida pelos pais, tinha verdadeira adoração por esses, que durante a vida toda só lhes quiseram o bem.
Entre tantas estórias ouvidas, aprendeu que o herói pode também ser o vilão.
*Jubilina, virara metáfora para que aprendesse a gratidão.
Sofreu... Cresceu.
A criança arredia, a adolescente assustada, hoje é uma mulher.
Ela precisou crescer e saiu do casulo na hora certa (se é que existe a hora certa).
Os olhos grandes (antes assustados) estão abertos para o mundo.
As desilusões amorosas persistem, mas ela sabe que fazem parte desse mistério que é viver.
Os medos, a doçura e a superproteção...
Nada mudou.
Mas ela cresceu.
Valoriza o pouco que tem e quer mais.
Sabe que é capaz de buscar o que deseja.
Aos 25 anos, já não tem ilusão.
Planejar o futuro?
Como?
Ela nem sabe o que vai acontecer hoje!
Não pensem que ela virou uma mulher amargurada.
De forma alguma.
Ela apenas vive a realidade.
Cultiva seus sonhos, mas sabe que a vida é curta e deve ser vivida.
Em meio a diversidades, descobriu que quer viver o agora.
Viver!
Sonhar é agradável, faz bem.
E ela sonha...
Mas sabe que o real é o que ela vive hoje, nesse instante.
Valoriza o momento.
25 anos de erros e acertos.
Perdas e ganhos.
Lutas, derrotas e vitórias...
Pois que venham mais 25.
Os olhos grandes estão abertos, cheios de vontade de viver.
Gabriele Lima 01/09/10