quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A Bailarina

O teu silêncio que procura distâncias.

E te apóias de leve – no chão como se ar te faltasse.

Que distâncias percorrestes? E o teu suar, superfície rosa. Quem te ensinou?


Tuas mãos e os saltimbancos. Quanto tempo em conúbio.

Como eles vivestes. Alada.

O chão teclado e o teu esqueleto. Tua álgebra feita de pés e mãos.

E o segredo de formas nunca vistas que revelas.

Crias e num instante aniquilas tua criação.

Porque não voas, irmã?

(Tomás Seixas)