quinta-feira, 27 de setembro de 2012

De novo...




"(...) Se o teu corpo ainda guarda o meu prazer. 
E o meu corpo está moldado com o teu..."

O que ainda não foi. 
O que ainda está. 
Aquilo que continua. 
Que insiste e persiste. 
Sem expectativas. 
O que é gostoso, continua. 
E ainda fica. 
E ainda não foi. 
Bom? Ruim? 
Pra mim? Ou pra você? 
Não sei... 
Apenas deixo fluir. 
Deixo acontecer. 
O desejo ainda existe. 
O que ainda é latente. 
Até quando? 
Não era o fim? 
Fim. 
Determina o que acabou. 
O que não vai mais continuar. 
Mas vira e mexe, estamos lá. 
Tudo de novo. 
Os olhares. 
A boca apertada. 
O que ainda provoca o corpo. 
Que arrepia a pele. 
E está bom assim. 
Eu vivo. 
Eu apenas vivo. 
O hoje. 
Amanhã? 
Amanhã é futuro. 
E dele, não conheço nem o cheiro. 
O único cheiro que reconheço agora é o seu. 
Por que ainda está impregnado em minha carne.
E esse, eu ainda não esqueci.


Gabriele Lima

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Abre as asas, alça voo, voa e vai...



Escrever, para mim, sempre foi um hábito. Nunca o fiz por obrigação. Tenho guardados os diários e agendas. Escrevia até nos cadernos da escola. Claro que há muita bobagem e muitas letras de músicas. Sempre fui assim. Mas em nenhum momento passava pela minha cabeça que desse hábito poderia sair uma profissão. Quando criança, não sabia o que queria ser. Ouvia minha irmã dizer que queria ser professora. Mas eu? Não conseguia responder. Lembro de uma época em que eu quis ser paquita. É, queria ser assistente de palco do Xou da Xuxa. Fama? Ser artista? Não. Queria estar perto de Xuxa. Só isso. E também, por que nas brincadeiras infantis com as minhas primas e irmã, por ser a mais nova, era o que me sobrava. A prima mais velha sempre era Xuxa, as outras duas eram as paquitas mais importantes e para mim, restava ser a paquita pastel, aquela mais destranbelhada, rs. Eu gostava. Seria essa a minha profissão. Até que um dia caiu a ficha de que eu era morena. Paquitas são loiras! Um baque. Decidi que queria ser bailarina. 

Treinava escondida no quarto, guiando-me por uma revistinha que ensinava passo a passo. Mas cresci estranha, meus pés ficaram grandes demais. E cá entre nós, eu nunca dancei dentro do ritmo. Sempre fui meio descompassada. Pensei em fazer teatro ou artes plásticas (por admirar a arte popular). Mas nunca me arrisquei em um curso... Até que um dia, numa fase mais introspectiva (início da adolescência) voltei a escrever e por um momento, pensei em ser Jornalista. 

Não sei explicar ao certo, mas enquanto a maioria dos meus colegas reclamavam ao ouvir o tema da redação na escola, eu ficava alegre. E assim, não só fazia a minha, como também a de outras pessoas da classe. De algumas, eu apenas corrigia os erros e cortava as repetições de palavras. Hoje sei que gostar de escrever e estar atenta ao outro, não é o suficiente para ingressar nessa profissão. Já ouvi relatos de quem se decepcionou nesse meio, por conta das concessões. A verdade é que a gente romantiza muito as profissões escolhidas e acaba frustrada ao se deparar com a realidade. Mas, independente dos relatos de quem desaconselha, eu preferi dar ouvidos a quem escolheu e se apaixonou, e descobriu outras vertentes, conheceu novos caminhos dentro da área da comunicação. 

Eu não faço ideia de como vai ser mais pra frente. Sei que não vai ser nada fácil conciliar trabalho e faculdade. Sei o quão cansativo que há de ser. Pode dar certo. Pode dar errado. Mas eu quero seguir meu coração. Minhas ideias. Minhas palavras. Foi o que decidi pra mim. E eu estou disposta a enfrentar a correria do dia a dia, a voltar à sala de aula, a encarar meus medinhos... Sim, eu estou disposta. E não há outra opção. Será no início do próximo ano. Paquita. Bailarina. Pintora. Secretária. Técnica. Aonde eu me encaixo? Posso ser todas, posso escrever sobre todas. Por que as palavras me permitem ser mais do que sou. As palavras me permitem ser eu e ser outras. Pronto. É isso que eu quero ser. Jornalista? Escritora? Pretenções? Pode ser. Mas eu escolhi ser todas que eu puder ser. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

'A atitude de recomeçar é todo dia, toda hora...'


Nessas últimas semanas fui reforçando alguns laços de amizade. Ele (que eu fiquei receosa em perder depois daquele 'fim'), ainda está comigo. Nosso contato não mudou e a confiança que sinto nele só aumenta a cada dia. Percebi que para estar junto, não precisa estar tão perto. Luciana, que antes era uma prima (de centésimo grau) querida, hoje é mais que uma amiga. Quantas vezes fomos dormir altas horas da madrugada, apenas conversando, fazendo planos, ouvindo José Augusto e sorrindo das nossas bobagens... E é assim com Mikaela. Acho que hoje, essas são as pessoas que mais sabem sobre mim. Com Mika é uma coisa de louco. Mesmo estando no trabalho, trocamos e-mails e SMS. Sobre absolutamente TUDO. Contas, compras, academia, homens, futuro, alimentação, planos, cabelo, maquiagens, causas trabalhistas.... Combinamos de comprar uma caderneta para anotar nossas metas. Chegamos ao consenso de que planilha no computador não funciona. Tem que ser algo palpável , que esteja ao nosso alcance. Escolhemos a cadernetinha. E eu já comprei a minha. Já fiz anotações. O lance é escrever o que se pretende fazer e estipular um prazo para realizar o tal feito. Minha primeira meta é para Novembro. Acho que consigo. Sabe quando as coisas vão ficando mais fáceis? Pouca coisa mudou. Ainda tenho que quitar minhas dívidas (devo conseguir fazer isso no final de 2012), mas a forma de encarar os problemas mudou. Assim como eu, Mika é a provedora de sua casa e pra ela é tudo mais complicado, sem pais, cuida dos irmãos pequenos e do tio que requer cuidados especiais... É fazer mágica para manter a casa. E ela faz. E não reclama. E sonha. Eu também sou assim. Não cheguei aos 27 anos amargurada como cheguei aos 26. Reclamando, lamentando... Tentei virar o jogo e dar as cartas. A evolução pode ter sido pequena, mas muito significativa para quem não sabia para onde andar em meados do ano passado. É aquela ânsia de viver o agora. Será que dá para entender? As metas da caderneta, não passam de um ano. Não tem nada programado para 2014! Pensei em coisas tangíveis e possíveis. Coisas que só dependem de mim, do meu esforço, para serem concretizadas. E amanhã chega mais um dia . É mais uma folha em branco, que começa a ser escrita. Por mim e por aqueles que fazem parte desse meu mundo, vasto mundo...

Gabriele Lima

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Na pele...


Sim, mais uma tattoo! Eu já estava com vontade de fazer outra tatuagem e até havia falado para algumas pessoas que faria a frase "E há tanto pra viver..." no ante-braço. Mas ficava adiando, todo sábado acontecia alguma coisa e eu desistia. Até que de repente me deu essa súbita vontade. Eu queria sentir um pouco da dor e decidi mudar a frase. Preferi uma palavra. Uma que representasse para mim. E foi essa. Attraversiamo. Palavra que até hoje é o meu subnick no MSN e que me chamou atenção logo quando li o livro Comer Rezar Amar (Elizabeth Gilbert). Vou tentar resumir. Attraversiamo está na primeira pessoa do plural do idioma Italiano. Ao traduzirmos para o nosso português, ela passa a significar 'Atravessamos'. No livro, ela é a palavra preferida de Liz, ao chegar na Itália. Ela gosta de sua pronúncia e principalmente da simplicidade do significado. 'Vamos atravessar'. Metaforicamente, não atravessamos um caminho sozinhos. Na eterna busca dos nossos sonhos, das nossas vontades, daquilo que somos ou que queremos ser, encontramos pessoas no meio do caminho e cada uma delas representa algo para a nossa vida. No livro, Liz está recentemente separada, larga seu emprego, e vai rumo a três países. Em cada um deles, descobre um prazer (por isso Comer Rezar Amar) e assim, a medida que vai conhecendo pessoas por onde passa, também descobre-se. Eu digo que em 2011 fiz a minha travessia. Acredito que tenha sido apenas o início. Os primeiros passos. E não fiz sozinha. No meio do meu caminho, encontrei alguém que me olhou e me estendeu a mão. Que me chacoalhou com atividades e que me fez pensar. Repensar. Nada foi fácil. Mas quando aceitei a proposta, me dispus a seguir. Encontrei várias dificuldades nessa caminhada. E vinha de dentro. Andava. Voltava. Parava. Mas depois, seguia. Como um ser humano em processo de construção, aprendi a lidar com os meus erros. E fica aqui meu registro de uma marca que agora está na minha pele. Decidi marcar em meu corpo, algo que está marcado em minha alma. Precisei dele para o começo da minha travessia e ano que vem é o ano de concretizar. Continuo caminhando. Com ele de alguma forma. Com outros amigos. Com meus pais. Mas sempre com alguém. Atravessamos uma fase. Demos os primeiros passos para uma longa caminhada. E quantas mais travessias terei de fazer? E quantas pessoas eu vou conhecer? São boas as expectativas... E sobre ser mais uma tatuagem? Bem, eu curto esse tipo de arte. Não vejo problema em fazer mais, caso eu ache necessário. Fui muito criticada por ter feito mais uma. Muita gente ficou preocupada, querendo saber o que estava acontecendo. Como assim? Foi-se o tempo em que tatuagem significava rebeldia. Até pode ser ainda, mas não é mais só isso. É vontade. É vaidade. Eu fiz por que precisava. Por que por incrível que pareça, a dor é gostosa de sentir. E para ter em mim, uma palavra que muito representa nessa nova fase. Quando penso no futuro, me vejo uma coroa com mais tatuagens. E quero fazê-las enquanto a pele estiver boa para isso. Sem vergonha. Sem preconceitos. Sem pensar no que vão falar. É isso.


Gabi

domingo, 9 de setembro de 2012

Hora de dizer adeus...



E-mails. Conselhos. Conversas. Provocações. MSN. Fotos. Olhares. Abraços. Beijos. Mordidas. Toques. Webcam. Contos. Telefones. SMS. Vergonha. Vontades. Desejos. Aventuras. Coração acelerado. 1ª vez. Prazer. Céu. Fantasias. Surpresas. Cama. Carro. Moto. Risadas. Cumplicidades. Sushi. Almoço. Sorvete. Livros. CD. Confiança. SC. PG. Mar. 

E fim.


Crédito da arte: Orlando Pedroso

sábado, 8 de setembro de 2012

Com o verde eu tenho a esperança...


Hoje foi o feriado tão esperado. Tá, eu sei, o feriado foi ontem, pois já são 2h10 da manhã de sábado, dia 08 de Setembro. Mas para mim, enquanto eu não dormir, o dia ainda não acabou. Portanto, ainda estou no feriado da Independência Nacional. Nunca fui patriota a ponto de fazer reflexões sobre a importância desse dia. Também não quero falar de História. Libertação do Brasil de seus colonizadores. Ok. É isso. Ainda há muito para nos libertarmos, politicamente falando. É um passo diário que deve ser dado por todos nós. E por falar em política, falta um mês para as eleições municipais. E por incrível que pareça, eu ainda não tenho uma escolha para aquele que será o prefeito de Jaboatão. Está tão difícil. A única certeza que tenho é que o atual não deve continuar, não vejo mudanças efetivas na minha cidade. Porém, os demais candidatos não me trazem esperança de renovação. Eu preciso avaliar as outras propostas, não quero jogar meu voto fora e votar em branco. Muito menos anulá-lo. Poxa, eu quis tanto ter o meu título de eleitor! Lembro de tê-lo tirado assim que completei 16 anos e votei, mesmo não sendo obrigatório para essa idade. Se eu fosse eleitora da cidade de Recife, votaria no candidato Daniel Coelho, apesar de não gostar do seu partido político (PSDB), vejo nele uma boa vontade, uma juventude, ideias reais, ele me passa confiança. Jamais votaria em Humberto Costa, por não achar justo o que o PT fez, tirando do então prefeito da cidade, João da Costa, o direito de competir para o segundo mandato. Não gosto do trabalho de João, mas direito é direito. A democracia está aí para nos garantir que os direitos sejam cumpridos. Não foi o caso. Enfim, eu não queria falar de política e acabei caminhando para isso. Por falar em eleições, meu pai está candidato a vereador em Jaboatão. Está na militância há muito tempo. Acho difícil que consiga se eleger, perante a tantos candidatos influentes e que se valem do dinheiro para fazerem suas divulgações. A divulgação do meu pai está sendo feita de forma popular, no famoso boca-a-boca. E apesar de tudo, quando ele foi candidato a Deputado Estadual, obteve a marca de 1.700 votos. O que foi muito para quem não teve nenhum incentivo financeiro. O que foi pouco para o partido do qual ele era filiado. Evito falar sobre isso nas Redes Sociais, nem comento nada no Face. Prefiro ficar neutra nessa relação. E agora são 2h22 e o meu sono não chega! Acordei cedo para quem tinha planos de sair da cama às 12h. Mas dormi a tarde toda, e isso com certeza tirou todo o meu sono da noite. Mas tudo bem, o feriado me permitiu essa extravagância. Aproveitei a noite para assistir alguns vídeos do programa Direção Espiritual (apresentado pelo Padre Fábio de Melo) e consegui meditar um pouquinho. Incrível isso, né? Eu, Gabriele, meditei! Fico surpresa, pois para meditar, a cabeça precisa estar tranquila, longe de qualquer tipo de pensamento, principalmente o negativo. Mas eu me esforcei e consegui. E voltei tão relaxada. Aí fui assistir ao meu DVD do filme Sociedade dos Poetas Mortos. Esse filme mexe comigo. Eu precisei revê-lo para pensar numa questão que me aflige há duas semanas: A morte. O filme não fala apenas sobre esse tema, mas em algum momento, o professor de poesia (nada ortodoxo) John, inicia o aprendizado de seus alunos, mostrando-os uma fotografia onde as pessoas hoje estão mortas. E um dia, nós também estaremos. O filme é belo, por tratar da morte nesse sentido. Como a certeza da vida. E através dessa consciência, o professor passa para seus alunos a vontade de viver e de aproveitar a vida. Mostra que nós, jovens, temos que nos opôr, contestar, gritar, pensar e usar o bom-senso. É o filme mais poético que eu conheço. O que me faz chorar sempre que eu assisto. Sua maior mensagem está sintetizada em apenas uma frase 'Carpe Diem', expressão latina que significa 'aproveite o dia'. Hoje acordei cedo, sentindo um vazio que há muito tempo não sentia. Afastada de Deus. Indo contra os meus princípios. Não tive vergonha de ajoelhar e pedir Sua benção. Hoje, tudo contribuiu para que de fato, eu comece uma verdadeira mudança. Aquela que acontece de dentro pra fora. O filme, a conversa com Deus, os vídeos de Padre Fábio, a conversa com mainha e também com vovó (que é a pessoa que tem mais fé), tudo hoje contribuiu para que eu me orientasse. Não sei se estou no caminho certo, mas sei que tenho comigo a melhor família (apesar de todos os defeitos), os melhores primos e os poucos melhores amigos por perto. Isso me deixa aliviada e mais forte para seguir. Comecei uma reforma na minha casa. Quero mudar a cor (comecei pelo blog), quero trocar as paredes, mudar da decoração e jogar fora tudo aquilo que não me serve. Comecei essa reforma hoje. No dia 07 de Setembro. Dia que vai marcar o início da minha independência. O começo é difícil, mas a vontade é maior do que qualquer medo que até ontem existia. Sim, pois o medo é um dos lixos que estou expulsando da minha casa. E a casa que eu falo, é uma que se chama coração.

Me desejem sorte.

Gabi

domingo, 2 de setembro de 2012

Quando entrar Setembro...


E em todo começo de mês é a mesma coisa. A gente sempre pede para que o mês nos surpreenda, mas a realidade é que nós temos que surpreender o mês e todas as pessoas que os dias irão trazer para nós. Depois de um tempo observando você aprende que a tristeza assim como felicidade é algo natural, algo que em algum momento você irá sentir. Você não é uma pessoa triste, as coisas deram errado e você está triste. E por mais que incomode, você sabe, no fundo que mudar essa situação só depende de você. Eu já escolhi chorar e me isolar por dias e dias, mas quer saber? Perda de tempo. A vida esta aí, linda e iluminada, e os dias vem e com eles podem vir coisas maravilhosas e coisas que podem nos destruir. A felicidade pode não ser uma escolha, e sim uma consequência de nossas ações. Mas escolher permanecer triste não é uma boa opção. Escolha superar, escolha seguir em frente, porque se você não fizer diferente, Setembro, Outubro, e todo o resto será exatamente igual: apenas um dia após o outro. A sua felicidade depende de você! Pare de cobrar tanto dos outros e entenda que pessoas felizes são as pessoas que souberam superar as adversidades da vida, e não as pessoas que nunca sofreram.



- -- Autor Desconhecido.