Lembro-me de que quando criança, gostava de ouvir estórias. Nunca fui de conto de fadas. Eu ouvia as que meu pai me contava, criadas por ele sobre sua infância vivida numa usina. Não havia reis, príncipes ou princesas. Eram invenções, lendas sobre o homem de três metros, do famoso Zé Perninha, da mulher que se transformava em objetos, da menina que morreu de susto, da Cabra e Cabriola, sobre os cachorros (Reck e Diana) que faziam compras na barraca da rua e por aí vai. Cito esse exemplo como ponto crucial por minha paixão pelos livros. Eu ficava encantada ouvindo aquelas estórias! Viajava no que ele falava, cada noite era uma verdadeira aventura. É claro que depois fui crescendo e sabendo que tudo não passava de invenções dele. Esses episódios se repetiram até os meus 13 anos. Mas eu nunca deixei transparecer (depois de grande) que eu não acreditava mais. Era bom vê-lo contar com tanta vontade. Eu não podia de repente dizer que era tudo mentira. E de certa forma, não era. O ser humano tem o dom de criar, escrever, encantar. E isso sim é verdade.
Pois bem, apesar de ouvir estórias criadas pelo meu pai, logo cedo eu descobri uma rainha. Apenas uma. Era uma rainha que toda manhã descia numa nave espacial e aterrizava na TV. Era na companhia dela que eu ficava enquanto a minha mãe estava nos seus afazeres domésticos. E era no final do programa que eu e minha irmã corríamos para fora de casa na intensão de ver a nave passar. Essa rainha me fez acreditar em três palavras mágicas: QUERER, PODER e CONSEGUIR. Mostrou-me a beleza das cores, o encanto do abecedário e me iluminou com sua Lua de Cristal. Essa rainha hoje completa 50 anos de vida. E eu venho aqui no meu blog, apenas para escrever e desejar toda felicidade desse mundo. Foi através dela que conheci pessoas maravilhosas que fazem parte do meu pequeno círculo de amizade. É a mesma rainha que um dia segurei a mão, que olhou (com aqueles olhos azuis) bem dentro dos meus olhos e sorriu fazendo-me relembrar os melhores momentos da minha infância.
Eu já não sou mais baixinha. No alto dos meus 27 anos, não tenho vergonha em dizer que sou fã de Xuxa. Que já corri atrás de van para pegar uma foto, já fui ao hotel, passei o dia inteiro na rua esperando para assistir a uma gravação em Recife. Xuxa foi a primeira artista que admirei. Sonhava em ser paquita, apenas para estar perto dela e viver aquele mundo mágico do Xou da Xuxa. São momentos que eu vivi e que jamais vou esquecer. As festinhas de aniversário, as bonecas, as brincadeiras... E é essa rainha que merece todo o meu respeito, não só por ser essa profissional que ela é. Mas por toda graça e luz que ela emana. Por seu engajamento social, por seu amor às crianças, por seu respeito ao próximo e simplesmente, por ser quem ela é, fada, loira, menina... Xuxa.
A minha eterna rainha.
#Xuxa50Anos
Gabi
