Pela primeira vez, fui ao Parque Dona Lindu. Na intenção de conferir a exposição Viva Elis (galeria Janete Costa, curadoria de Allen Guimarães). Sobre a exposição, ao meu ver, falta muito para o tanto que Elis representa para a música. Muitas fotos, trechos de frases retirados do livro Furacão Elis (Regina Echeverria), réplicas de figurinos usados pela cantora em suas apresentações e um microfone solto sem maiores informações sobre ele... Ponto alto para a área reservada para quem quiser ouvir os discos e assistir às entrevistas (muito boas, aliás, ela falando era quase tão boa quanto cantando), além de um "cineminha" para assisti-la cantar assim, só a voz, o som bruto de sua voz perfeita. Saí de lá emocionada, com saudade de uma época que infelizmente não vivi.
"Conheci" Elis há 14 anos (devo ter ouvido bem antes disso, pois minha tia sempre foi fã e ouvia os seus discos), mas sempre pontuo o ano de 1999 como sendo o ano em que de fato, conheci Elis Regina. Foi assistindo ao Vídeo Show (programa transmitido pela Rede Globo) que a vi cantar Como Nossos Pais (Belchior) numa gravação para o Fantástico, em um cenário bonito, com alguns bonecos no fundo do palco, onde ela cantava e interpretava de uma forma tão forte, que parei para prestar atenção ainda incrédula do que acabara de ver. Era algo muito forte! Uma voz! Uma afinação! Uma indignação saindo daqueles dentes trincados... Corri para a casa de vovó e procurei tudo o que havia daquela mulher. Peguei o livro e os discos. Passei o resto do dia ouvindo e copiando as letras, em pouco tempo já havia devorado todas as páginas de sua biografia. Estava resolvido: Elis Regina, minha cantora preferida.
E hoje, dia 17 de Março, comemora-se os 68 anos do nascimento daquela que viria a ser a maior e melhor cantora que o mundo já teve. Sem exagero, eu digo MUNDO.
Saí da galeria com um nó na garganta, com um choro engasgado, olhos marejados... Eram 20h. Hora em que se encerra a exposição. Saí com uma saudade de algo que eu nunca vivi. Mas vivi, na minha época, ao meu jeito, desde os meus 14 anos. Elis vive. Sim, Elis ainda vive. Há 68 anos.
Gabi

