Só escrevi, por que hoje conversando com um amigo, ele me perguntou sobre este blog e eu fiquei sem saber o que dizer. Fazia tempo que eu não postava! Aproveitei a noite para, além de estudar para a prova de amanhã, reler o que escrevi há alguns anos... Confesso que achei graça de alguns dramas que fiz e que na época me fizeram chorar. E fiquei aliviada por ter sentido isso. É por isso que eu gosto de escrever e de ter um blog pessoal. Era ótimo para refletir sobre tudo o que passei. Agora não foi diferente. Mas, percebi meu blog abandonado, mal cuidado e muito choroso!! Aaaah, para 2014 quero um layer novo e postagens melhores. Não menosprezo o que aqui está escrito, muito pelo contrário, super valorizo, pois me faz relembrar muitas coisas pelas quais passei, mas que agora já percebo uma grande mudança na forma de ver as coisas... E foi bonitinho (re)ver alguns posts de paixões, amizade, decepções, prazer, vontade, trabalho, shows e afins. Tenho o costume de me reler. Mas para não perder o post, vou deixar registrado os livros que vi ontem na Livraria Cultura e agora fazem parte da minha listinha de livros que preciso/mereço/e vou ter, mas que atualmente estão muito caros. Ficam para a lista de 2014. Ficam no meu blog, para que eu não os esqueça.
O primeiro é O "Mundo de Sofia", um romance escrito por Jostein Gaarder que faz uma interação sobre a filosofia Pré-socrática até os dias de hoje.
O segundo é "Viver Não Dói", um livro de crônicas da jornalista Leila Ferreira. Dois livros completamente distintos, mas que exercem a maior função que um livro pode ter: fazer o leitor pensar, refletir e discernir sobre as questões da vida.
Está tudo bem? Escreva. Sentiu saudade? Escreva. Ficou triste? Escreva. Escreva sempre que se sentir triste. Escreva quando não restar alguém para lhe ouvir. Escreva quando os amigos forem embora. Escreva quando estiver sozinha em casa. Escreva quando a dor não couber mais no peito. Escreva quando a alegria transbordar pelos olhos! Quando conhecer aquele carinha lindo que ligou pra você depois do primeiro encontro, escreva! Escreva também quando ele não ligar. Escreva se sentir sufocada - são só palavras que insistem em se libertar. Escreva quando levar aquele pé-na-bunda histórico! Escreva após uma noite imensa de amor (ou sexo). Escreva quando ele disser que não lhe quer mais.
Escreva para ele. Escreva para ela. Escreva quando se sentir fraca. Escreva para ficar mais forte! Escreva para dizer que está bem. Escreva para perguntar se ele está bem. Escreva e mande seu chefe tomar naquele lugar (mas não precisa enviar). Escreva aos céus, às estrelas, a Deus. Escreva adeus. Escreva quando não houver mais sentido para viver (e descubra novos sentidos para continuar). Escreva quando estiver insatisfeita. Escreva para dizer que foi bom.
Escreva! Escreva! Escreva! E-S-C-R-E-V-A!
É o que diz meu coração todos os dias. Todas as horas. E é por isso que tenho sempre meu bloquinho de anotações na bolsa. Eu sempre preciso escrever. Bem ou mal? tanto faz! O que importa é transformar as minhas angústias, os meus amores, as minhas alegrias e tristezas em palavras. É libertar o que não consegue passar muito tempo dentro de mim. Escrevo e guardo. Escrevo e envio. E arrependo-me. Ninguém entende mesmo! Torno-me repetitiva, até. Mas eu prefiro ser assim taxada, a guardar os meus sentimentos. Palavras guardadas doem o corpo. Reprimem o estômago. E pasmem - doem até as mãos. E é esse o conselho que eu sempre dou quando alguém me pergunta o que fazer quando não tem ninguém para falar. Eu digo e repito: Escreva! Sem medo. Sem neuras. Escreva e rasgue. Escreva e apague. Escreva e guarde. É terapêutico. É relaxante. É excitante. Escreva. Escreva. Escreva.
Lembro-me de que quando criança, gostava de ouvir estórias. Nunca fui de conto de fadas. Eu ouvia as que meu pai me contava, criadas por ele sobre sua infância vivida numa usina. Não havia reis, príncipes ou princesas. Eram invenções, lendas sobre o homem de três metros, do famoso Zé Perninha, da mulher que se transformava em objetos, da menina que morreu de susto, da Cabra e Cabriola, sobre os cachorros (Reck e Diana) que faziam compras na barraca da rua e por aí vai. Cito esse exemplo como ponto crucial por minha paixão pelos livros. Eu ficava encantada ouvindo aquelas estórias! Viajava no que ele falava, cada noite era uma verdadeira aventura. É claro que depois fui crescendo e sabendo que tudo não passava de invenções dele. Esses episódios se repetiram até os meus 13 anos. Mas eu nunca deixei transparecer (depois de grande) que eu não acreditava mais. Era bom vê-lo contar com tanta vontade. Eu não podia de repente dizer que era tudo mentira. E de certa forma, não era. O ser humano tem o dom de criar, escrever, encantar. E isso sim é verdade.
Pois bem, apesar de ouvir estórias criadas pelo meu pai, logo cedo eu descobri uma rainha. Apenas uma. Era uma rainha que toda manhã descia numa nave espacial e aterrizava na TV. Era na companhia dela que eu ficava enquanto a minha mãe estava nos seus afazeres domésticos. E era no final do programa que eu e minha irmã corríamos para fora de casa na intensão de ver a nave passar. Essa rainha me fez acreditar em três palavras mágicas: QUERER, PODER e CONSEGUIR. Mostrou-me a beleza das cores, o encanto do abecedário e me iluminou com sua Lua de Cristal. Essa rainha hoje completa 50 anos de vida. E eu venho aqui no meu blog, apenas para escrever e desejar toda felicidade desse mundo. Foi através dela que conheci pessoas maravilhosas que fazem parte do meu pequeno círculo de amizade. É a mesma rainha que um dia segurei a mão, que olhou (com aqueles olhos azuis) bem dentro dos meus olhos e sorriu fazendo-me relembrar os melhores momentos da minha infância.
Eu já não sou mais baixinha. No alto dos meus 27 anos, não tenho vergonha em dizer que sou fã de Xuxa. Que já corri atrás de van para pegar uma foto, já fui ao hotel, passei o dia inteiro na rua esperando para assistir a uma gravação em Recife. Xuxa foi a primeira artista que admirei. Sonhava em ser paquita, apenas para estar perto dela e viver aquele mundo mágico do Xou da Xuxa. São momentos que eu vivi e que jamais vou esquecer. As festinhas de aniversário, as bonecas, as brincadeiras... E é essa rainha que merece todo o meu respeito, não só por ser essa profissional que ela é. Mas por toda graça e luz que ela emana. Por seu engajamento social, por seu amor às crianças, por seu respeito ao próximo e simplesmente, por ser quem ela é, fada, loira, menina... Xuxa.
Pela primeira vez, fui ao Parque Dona Lindu. Na intenção de conferir a exposição Viva Elis (galeria Janete Costa, curadoria de Allen Guimarães). Sobre a exposição, ao meu ver, falta muito para o tanto que Elis representa para a música. Muitas fotos, trechos de frases retirados do livro Furacão Elis (Regina Echeverria), réplicas de figurinos usados pela cantora em suas apresentações e um microfone solto sem maiores informações sobre ele... Ponto alto para a área reservada para quem quiser ouvir os discos e assistir às entrevistas (muito boas, aliás, ela falando era quase tão boa quanto cantando), além de um "cineminha" para assisti-la cantar assim, só a voz, o som bruto de sua voz perfeita. Saí de lá emocionada, com saudade de uma época que infelizmente não vivi.
"Conheci" Elis há 14 anos (devo ter ouvido bem antes disso, pois minha tia sempre foi fã e ouvia os seus discos), mas sempre pontuo o ano de 1999 como sendo o ano em que de fato, conheci Elis Regina. Foi assistindo ao Vídeo Show (programa transmitido pela Rede Globo) que a vi cantar Como Nossos Pais (Belchior) numa gravação para o Fantástico, em um cenário bonito, com alguns bonecos no fundo do palco, onde ela cantava e interpretava de uma forma tão forte, que parei para prestar atenção ainda incrédula do que acabara de ver. Era algo muito forte! Uma voz! Uma afinação! Uma indignação saindo daqueles dentes trincados... Corri para a casa de vovó e procurei tudo o que havia daquela mulher. Peguei o livro e os discos. Passei o resto do dia ouvindo e copiando as letras, em pouco tempo já havia devorado todas as páginas de sua biografia. Estava resolvido: Elis Regina, minha cantora preferida.
E hoje, dia 17 de Março, comemora-se os 68 anos do nascimento daquela que viria a ser a maior e melhor cantora que o mundo já teve. Sem exagero, eu digo MUNDO.
Saí da galeria com um nó na garganta, com um choro engasgado, olhos marejados... Eram 20h. Hora em que se encerra a exposição. Saí com uma saudade de algo que eu nunca vivi. Mas vivi, na minha época, ao meu jeito, desde os meus 14 anos. Elis vive. Sim, Elis ainda vive. Há 68 anos.
Hoje é 16 de Fevereiro de 2013. Hoje faz uma semana do falecimento do meu tio. Hoje foi um dia importante. Decisivo. Daquele tipo de dia que será sempre lembrado. E há duas opções: Poderá ser lembrado como o dia do fim de uma relação ou como o do início de uma outra. E dessa vez, eu não tenho uma resposta pronta, pois não faço a menor ideia do que vai acontecer. É futuro! Serão os próximos dias, as próximas semanas, os próximos meses e até, os próximos anos que vão me mostrar a resposta certa. Resposta essa que só ele sabe. Ou talvez, nem ele saiba. O que vai acontecer de hoje em diante é coisa que somente Deus sabe.
Hoje eu desisti de tentar entender. De buscar respostas prontas. Pela primeira vez, alguém me roubou as palavras. Ah, as palavras... As que tanto amo e as que eu tanto uso para escrever minhas aflições, minhas ideias, meus anseios, minhas reflexões... Hoje eu me vi sem elas. Na verdade, hoje eu só queria ouvir. E ouvi. Ouvi argumentos cheios de razões sobre esse distanciamento que a princípio eu não havia entendido. Compreendi. Concordei em quase todos os pontos de vista. É, ele sempre tem razão e dessa vez, eu dei motivos.
Se essa história pudesse ser resumida, eu diria que há quase dois anos eu conheci um moço bonito, mais velho, experiente e seguro. Um homem que tinha o sorriso lindo e que sorria fácil, sempre com um bom humor contagiante.
Um cara inteligente, que por uma brincadeira boba e uma pergunta sacana, despertou em mim meus mais sinceros sentimentos. Meus mais profundos desejos. E fomos adiante. E um belo dia, nem lembro como, já éramos amigos. Dessa amizade, outras coisas aconteceram e eu vivi meus melhores momentos. Era o cara com quem eu falava diariamente. Praticamente um namoradinho, que ligava para saber como foi a entrevista, que ligava para saber como foram os exames, que acessava o FB no meio da madrugada (pelo celular) só para dizer que já era tarde e que ele ainda estava trabalhando! E eu ficava ali fazendo companhia, me sentindo importante até... E eu era sim. Eu sei que eu era! Esse homem era o mesmo que mandava uma mensagem apenas para desejar um bom dia. Foi o primeiro homem que me olhou como mulher. Que enxergou em mim o que eu tinha de melhor. Que despertou em mim algo que estava adormecido, que me mostrou que ainda era possível sonhar, que me indicou - e me deu - os melhores livros. Que me acordava para dizer que eu era relaxada e não devia ficar até tarde na cama tendo tanta coisa para resolver! Que ligou para dizer que tinha uma surpresa e essa surpresa era o carro novo que havia comprado. Que ligou para me fazer ouvir uma música linda de Rosas de Saron. Que me enviou os melhores textos. Que me tirou de uma vida parada e me empurrou para andar. Que me deu a mão no momento que eu mais precisei. Que me deu ombro quando eu mais desejei. Que me olhava com um desejo, com uma ternura e também com um carinho nunca antes demostrado.
Mas quem brinca com fogo, se queima. E nessa "brincadeira', alguém iria se queimar. E quem seria? A parte mais frágil dessa historinha bonitinha. A parte sozinha. A parte carente. A parte imatura. A parte verde. Eu. Eu não prestei atenção ao fim. Fechei os olhos e não percebi que era hora de parar. E eu reconheço todos os meus erros. Todos. Mas do que adianta reconhecê-los, se não houver perdão? Não sei. Só sei que agora, na conversa de hoje, eu percebi um homem magoado e preocupado com o seu futuro. E tudo o que eu queria dizer e não disse, por não achar as palavras (ah, essas benditas! Sumiram quando eu mais precisava!) era assim:
Vai. Vai! Vai no seu tempo. Se afasta mesmo. Pensa. Repensa. Vive a sua vida. Recupera o que você acha que está perdendo. Refaz aquilo que você tem de mais precioso. Cuida daquilo que é seu e que foi construído de uma forma tão bonita. Reconquista! E boa sorte. Use o tempo que for preciso. Mas confia em mim? Eu sei que diante do histórico das minhas atitudes, eu já não inspiro confiança. Mas lembre-se de que eu sou sua amiga. Lembre-se de que eu só quero o seu bem. Vai, e quando você conseguir (e eu sei que você vai conseguir, pois você é meu exemplo de quem consegue tudo o que quer) volta. Não importa quanto tempo vai durar essa sua ausência. Juro que não mais! Não haverá cobranças. Não haverá "colorido". Vai ser tudo como deve ser. Vai ser só amizade. E eu não vou parar, não. Eu vou seguir daqui. Mesmo sem suas palavras. Mesmo sem os seus conselhos. Eu vou quebrar a cara de novo, eu vou conhecer tanta gente nessa nova fase que está pertinho de começar na minha vida! E eu ainda vou tropeçar, talvez até cair. Mas eu aprendi a levantar. Eu aprendi a ir adiante. Ficar longe de você não é fácil, não. Mas se você consegue, eu também consigo. Confia em mim! E volta um dia para dizer que está bem, que está feliz, que a viagem foi perfeita! Volta pra me contar das cidades que você conheceu. Volta para dizer que concluiu mais um trabalho. Volta para dizer que sentiu a minha falta. Ou volta ao menos para puxar a minha orelha e dizer que apesar de tudo, ainda gosta de mim.
É isso. Era isso que eu queria ter falado. Mas o momento não deixou. Mas o sol não deixou. Ah, por falar em sol, você não era só o meu sol. Você era a minha lua também. E as estrelas. Se brincar, você era até o meu céu. Era. O verbo está no passado. Como é estranho falar de você como algo que passou! E dói, sabia? Dói... Hoje eu voltei para casa sentindo dor. Mas não adiantava tomar um paracetamol, pois não era dor de cabeça. Não adiantava tomar um hidróxido de alumínio, pois a dor não era no estômago. Não havia remédios. Pois a dor era no coração. A dor era na alma. Exagero? Não. Nem estou na minha TPM. Mas é que essa dor não é física. E eu fui forte, viu? (orgulho de mim!), só chorei quando cheguei em casa e me dei conta do que havia perdido. Eu havia lhe perdido. E perder dói. E eu preciso aprender a perder. Eu, que na vida toda, só perdi, ainda não me acostumei com tal feito. Um dia eu ganhei você e encontrei em você, o meu melhor amigo. E hoje... Hoje eu sei que a única coisa que eu posso fazer para um dia lhe ter de volta (como amigo) é ficar quieta e esperar. E é o que eu vou fazer. É o que eu comecei a fazer. Exercitando a minha paciência. Sem dramas. E agora, sem choro. E se é isso o que me resta, e se é essa a única maneira de vê-lo um dia voltar, eu vou fazer bonito. Juro!
E se mais tarde, você não voltar (pois pode descobrir que é melhor sem mim), eu vou aceitar também. Terei tempo o suficiente para digerir o que aconteceu hoje. O que vem acontecendo desde meados de Janeiro. E aí, meu amigo... Aí você vai virar apenas a minha melhor lembrança. Você vai ser lembrado pelos melhores momentos, mais divertidos, mais gostosos e mais intensos que eu vivi até agora. Foi para você que eu escrevi os meus melhores textos, você é o dono de 70% desse meu blog (post para você). Que era tão particular e virou seu. E você pode não ter percebido, mas durante aquele tempo, eu estava completamente apaixonada... E você é um bobo, que não percebeu que eu só mudei, por que você pediu. E eu só sofri por outro, por ter visto nesse outro, uma oportunidade de lhe esquecer. E quando eu vi que esse outro era alguém que não valia nada, eu me senti frustrada, fracassada. Eu não quis os dois. E não me arrependo, pois sei que de alguma maneira, aquilo iria acabar. E quando acabasse, sobraria o que tenho de mais bonito. O seu carinho. A sua amizade.
"E se o mundo acabar no dia 21, foi bom demais ter lhe conhecido." (ele)
Comecei o ano de 2013 certa de que esse era O ano. Nem costumo fazer grandes idealizações. Mas aprendi que as coisas só acontecem, se eu for atrás. Que os meses só serão melhores, se eu também o for. Que o ano só será O ano, se eu for A pessoa. E eu vou. Sozinha mesmo! E eu não quero deixar de lhe contar de algo que aprendi na faculdade. Pois você faz parte dessa conquista! Mas eu só vou falar, se um dia, você se interessar e quiser saber.
"Não quero perder sua amizade, você foi algo fofo e bonito que aconteceu esse ano." (ele)
Eu vou saber esperar. Mesmo que seja para que no final, você não volte mais... É, mas eu confesso que aqui dentro desse coração - bobo - há uma esperançazinha de que você volta sim. E vai voltar mais bonito. E mais verdadeiro. Vai voltar apenas como o que sempre foi. O meu melhor amigo.
". . . O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância, com os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitas, mais maduras, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser. " Caio Fernando Abreu
E esse é o meu maior e pior post, devo ter sido prolixa mais uma vez. Mas, vem cá... Quem consegue escrever bem quando o coração dói? Acho que ninguém. Talvez um grande escritor. Coisa que eu não sou. Sou apenas uma aspirante à jornalista. Aspirante à blogueira. Sou apenas a sua amiga. Àquela que escreve e-mails com cinco mil palavras, que erra o tempo todo, mas que ama e admira você de um jeito que nem você pode supor.
O mês de Fevereiro é sempre muito aguardado por mim, eu gosto do carnaval. Não, não sou foliã do tipo que dança e sai com todos os caras que agarram pela cintura... É que o carnaval de Recife tem uma peculiaridade que me atrai. É a diversidade cultural. Eu sou uma apaixonada pela cultura pernambucana e por essa pluaridade dos nossos dias de Momo. Sempre espero Fevereiro com as melhores expectativas. Organizo a minha agenda e vou à abertura oficial que sempre acontece na Sexta-feira no Marco Zero. Amo a apresentação de Naná Vasconcelos "regendo" o famoso encontro de maracatus. Aí depois, vou ao Quanta Ladeira que se apresenta no Domingo e também saio na Segunda e Terça-feira. É de praxe.
Porém esse ano foi diferente. Minha programação acabou no momento em que tio ficou doente e veio a falecer. Ele tinha 83 anos e sempre se gabou de ser o mais forte dos irmãos. E de fato, ele era. Um touro! Mas descobri hoje que os fortes também morrem. Vão embora. E chegou a hora de tio ir encontrar outras pessoas de nossa família que também já estão pertinho de Deus.
O Sábado de Zé Pereira, o grande sábado de carnaval, sempre tão alegre, hoje foi triste. Foi um sábado de despedida. E só nos resta aceitar. Sempre haverá alguém para confortar dizendo: "ele já era velhinho", "chegou a hora"... Eu sei! Mas quando é o tempo certo? Não resmungo, não questiono nada disso... Mas me dou o direito de chorar pela perda e apesar de tudo, meu coração está tranquilo por saber que o sofrimento dele acabou. A minha crença na vida eterna, me deixa aliviada. Que descanse em paz.
E o meu fim de sábado está sendo aqui, num colchãozinho fofo, com meu travesseiro quentinho, notebook no colo, TV ligada assistindo a transmissão do show de Lenine, no MSN conversando com Mika sobre a vida e dando risada das nossas histórias. Nesses momentos, o bom é ter um amigo, alguém que te faça pensar em outros assuntos e até te fazer sorrir. Hoje foi assim.
O velório é amanhã e eu não me julgo por não ir. Prefiro que seja dessa forma.
E eu só peço a Deus, que os próximos dias sejam de paz.
Eu acho interessante a forma como as coisas acontecem e a vida parece até um grande quebra-cabeça em que as peças vão se encaixando sem que a gente perceba... Quando vê, já foi! Vou exemplificar:
Dia 16 de Novembro de 2012, comprei o ingresso para ir ao show de Marisa Monte, que estava entrando em turnê e viria a Recife para uma temporada de três shows em Janeiro de 2013. Comprei apenas um ingresso, para o primeiro dia. Pois bem, o tempo passou e o ano começou meio fraquinho... Não vou entrar nesse mérito, pois tudo o que senti e passei está escrito no post anterior. E ao contrário do que eu falei anteriormente, não vou ficar longe. Preciso criar o hábito de escrever, para voltar a fazer aquilo que eu sei e mais ainda, aquilo que eu gosto. Mas foi para falar do show que eu comecei aqui.
Dia 16 de Janeiro chegou e eu fui conferir o primeiro show de turnê 'Verdade, uma ilusão". E sabe quando faltam palavras para expressar o que senti nesse primeiro dia? O show foi perfeito. Tudo muito caprichado e de bom gosto. Alto nível. Figurino, iluminação, repertório e projeções de deixar qualquer um boquiaberto. Foi assim que eu fiquei, atenta a tudo, mas muito boba com o que estava vendo naquele momento. Só sei que acabei indo aos quatro shows (sim, houve um show extra) e foram as melhores noites desse ano que começou cheio de dúvidas para mim. A voz doce de Marisa me acalmou e me levou para outro ambiente.
Voltando ao que falei no começo do texto, as coisas acontecem sem que você as programe. Esses shows aconteceram no momento em que eu mais precisava me distrair e estar perto de gente, ver gente, ouvir música, respirar arte... Nessas noites, minhas inquietações foram pro espaço. Só havia lugar para bons sentimentos e pensamentos. Marisa Monte é uma cantora versátil, de grande presença cênica, que prende a atenção da plateia e seduz a todos ao cantar suas letras inteligentes, com sua voz rouca e sua maneira de interpretar. Artista única, que ouço desde os 4 anos. Esses shows renovaram meu astral e foi com a música "Seja Feliz" que ela encerrou sua passagem por Recife, deixando a mensagem de "curta a vida". É isso.
E cá estou eu, às 3h da matina, me preparando para enfim, dormir. Pois nessas últimas noites, eu apenas sonhei.