Às vezes eu tenho a sensação de que demoro um pouco para aprender. Eu insisto em algo em que ainda acredito até chegar o momento de desistir. Tá, chegou o momento. Eu fui até onde pude. Passei dos limites. E agora vejo que foi preciso ir até o fim para poder encontrar o MEU limite. Fiz bobagens. Errei. Vivi. Fui eu. Me encontrei de diversas formas. Conheci várias Gabis. A chata. A boba. A ingênua. A ciumenta. A amorosa. A carinhosa. A assanhada. A sem pudor. A certinha. A apaixonada. A centrada. A pés no chão. A sonhadora. Todas elas estavam dentro de mim e saíram no momento oportuno. Ou não. Mas deixei que elas eclodissem para que eu me (re)conhecesse. Eu senti. Eu quis. Eu fiz. Eu fui. Eu voltei. Me ofereci. Me dei. Me doei... E eu olho pra trás e não tenho nenhum arrependimento. Pelo contrário, tenho tanto orgulho de ter sido eu! De não ter seguido baseada nas expectativas que os outros criaram sobre mim. Sabe acordar e se olhar no espelho e gostar do que está vendo? Estou assim. Eu gosto de sair com meu cabelo ondulado, sem chapinha. Eu curto ele chapado também. Eu aceito meu corpo do jeito que ele é e agora mais feliz por ter engordado três quilos... É a fase de me curtir. De achar legal ser paquerada no restaurante em que eu almoço diariamente (ah, deixa eu me 'achar' um pouquinho!rs). Passar o dia jogando X-box com as minhas amigas. De estudar toda noite focada no meu mais novo objetivo. E eu quero aproveitar essa nova fase. Minha fase. De ser eu. De assumir a minha personalidade. De planejar novas tatuagens. E de aceitar as novas Gabis que podem vir. Caetano diz na letra de uma música que 'Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.' E eu já usei essa frase sem ao menos ter entendido o seu significado. Hoje compreendo e a uso de forma diferente. Agora verdadeiramente. Tudo ficou mais intenso. Eu passei por essa mais forte. Eu precisava ter passado por tudo isso. Eu precisava perder o equilíbrio e até a razão para me encontrar. Valeu a pena. Valeu cada crisezinha de ciúme sem motivos (com motivos, mas sem razão). Valeu cada explosão em palavras enviadas por e-mail. Tudo valeu a pena. Por que hoje sim, eu posso assumir que me gosto muito mais, por me entender muito mais também. Valeu a pena ficar meio reclusa. Valeu passar um tempo distante. Valeu! Eu me dei o direito do novo. Que nem é tão novo assim. Mas estou me dando a chance de sair, de conversar, de me divertir... Pronto, meu fim de semana foi perfeito (seria ainda mais se eu não tivesse a cólica horrível de ontem). Estou me dando uma nova chance. Posso quebrar a cara de novo. Mas ano passado, me falaram que quem não se arrisca, não se lasca. Então é isso. Sem expectativas. Sem compromisso. Sendo livre dentro daquilo que eu sou. O coração está tão leve. O sorriso mais bobo ainda. E eu quero que esse seja apenas o começo do meu novo ano. Bem-vinda, Gabriele. E que sejam bem-vindas as outras que estão por vir...
Gabi





















