quinta-feira, 19 de julho de 2012

Dúvidas



Parar é que não dá e nem se pode. Eu comecei tão bem esse mês, tão feliz, tão cheia de esperanças (odeio isso), mas aí há três semanas que a pressão vem baixando. E ontem baixou feio. Senti umas coisas estranhas, uma dor de cabeça que mais parecia enxaqueca (coisa que eu não tenho), uma fraqueza nos ante-braços, e uma sonolência absurda. Falta de água? Pode ser. Não sei se de água, mas falta de alguma coisa. Emocional? Pode ser também, a alma reside no corpo, não há como separar o que é sentimental e o que é físico. Enfim, é hora de parar tudo para ver o que tem de errado. Pegar esse meu fim de semana para arrumar a bagunça do quarto e tirar um tempinho para mim. Ficar sozinha um pouco, acender meu incenso e pensar, escrever no caderno... Ter uma conversa séria comigo. Tem coisa errada aí e não pode continuar. Já revi meus erros, já encontrei aonde me perdi... Sem pieguice ou sem falar como autor de livro de auto-ajuda, comparo a vida como um jogo de vídeo-game. Que tem estágios, sabe? No jogo, você sabe quantos estágios precisa vencer para chegar ao final. E dependendo do jogo, você só sai dele depois que conseguir derrotar todos os monstros e vencer todos os obstáculos. Aí vem o outro estágio. Que muitas vezes nos engana e acaba sendo mais fácil que o anterior. Na vida, graças a Deus, não temos ideia da quantidade de estágios que iremos passar. São várias fases e em todas elas precisamos derrotar os monstros. Vencer os obstáculos. Alguns desses monstros não são externos, portanto não é preciso ter força física para combatê-los. Falo por experiência própria. Eu criei os meus monstros e os alimentei por muito tempo. Assim, deixei que eles crescessem e ficassem maiores e mais fortes do que eu. Foram medos, incertezas, carências e um negativismo sem tamanho. Passei anos no mesmo estágio, não evoluía por que continuava alimentando-os sem que eu percebesse. Meio que me acovardei e preferi conviver com eles, em vez de encará-los... São lembranças de um passado recente e que se eu não cuidar, volta a ser presente. Custei a aprender que tudo só depende de mim. O bom funcionamento do meu organismo, as decisões de qual rumo seguir, o dia em que eu quero ir ao cinema e com quem eu vou sair. Só eu posso pensar, escolher e decidir. Isso é assustador! À primeira vista. Depois a gente acostuma. Como disse Ádila, o tempo não cura nada. Somos nós quem aprendemos a viver com o tempo. E eu estou aprendendo. Assim no gerúndio mesmo. Sinto como quem passou um estágio, um que foi perrenguezinho, diferente dos outros pelos quais eu já passei. Não foi o mais desafiador, mas foi o mais intenso, o mais forte, o mais bonito, o que mais cobrou de mim... Sinto que contei com uma grande ajuda no começo, alguém que entrou de repente e virou amigo. Aquele que não faz por você, mas que mostra as opções e é você quem tem que ousar, arriscar e seguir. Sinto que fiquei sozinha depois, mas só agora vejo que já estava chegando ao final quando isso aconteceu. E vejo que foi melhor assim. Eu saí cambaleando, me arranhei toda... Mas passei. Ufa! É isso mesmo? Passei! Fui para um nível mais elevado. E eu espero, do fundo do meu coração, que seja aquele mais fácil. Que você passa rapidinho por ele, sabe? Só que nesse caso, meu desejo não vale nada. Já existe. E eu vou iniciá-lo sozinha... Mas fiquei tranquila hoje em saber que ainda posso contar com a opinião dele. Fiquei perdida com a possibilidade de mudar assim, de repente. Não quero. E eu precisava saber o que ele pensava. Quem está de fora sempre enxerga melhor os fatos. Dito e feito. Foi o que aconteceu. Acho que isso eu aprendi também. Pessoas não se perdem. Às vezes se afastam, mas estão por ali quando você precisa. O caminho é longo, e eu quero aproveitá-lo muito bem. Olhar com atenção para cada paisagem pela qual eu passar. Por que não há volta e o caminho é novo. As paisagens não se repetem. E depois, ficam somente as lembranças do que se foi, enquanto a gente segue. Que Deus me guie para o melhor e que a minha vontade prevaleça. E que assim seja.


Gabi