quinta-feira, 19 de julho de 2012

Fique um pouco mais...

Hoje eu peguei carona com Elaine (prima) até Tejipió. Pensei em fazer isso todos os dias, mas acabei chegando atrasada no trabalho. Apesar do aperto que passo todas as manhãs, o metrô ainda é a melhor opção. Pelo menos não há congestionamento... Durante a carona, fomos conversando e assistindo ao Tributo feito pela MTV para a Legião Urbana, com Wagner Moura nos vocais. Eu ainda não tinha visto, só ouvido o comentário da crítica musical. Até tentei acompanhar no dia em que foi transmitido pelo site da emissora, mas acabei me intretendo em outras coisas. Enfim, vi uma parte hoje. Achei válido, mas que fique bem claro que foi apenas uma homenagem. É nítido o esforço do ator para dar vida a Renato Russo. Fazendo até as dancinhas esquizofrênicas que Renato costumava fazer em suas apresentações ao vivo. Mas para mim, é só. Não passou de uma homenagem. Wagner desafina (apesar de ser o vocalista da banda Sua Mãe, que faz um estilo brega-cult) e parecia aquela roda de amigos que bebem em uma festa enquanto um canta no karaokê. Pura diversão. Não deve ser levado à sério. Eu pelo menos, não levei. Eu li uma entrevista com Wagner Moura em que ele se dizia satisfeito com o resultado e descontente por ter sido tão criticado pela imprensa. Mas, peraí, né? Ele devia estar preparado para o que ia ouvir. Ele estava simplesmente cantando a banda, talvez, mais influente do rock nacional! E é aquela coisa, a banda poderia ter tido qualquer baterista, qualquer guitarrista e qualquer baixista, mas cantor? Ah, esse não poderia ter sido outro, se não Renato Russo. Ele era a banda! Ele era a alma. O corpo. E as letras. Não fui dessa geração que acompanhou Legião Urbana. Eu tinha 11 anos quando Renato faleceu, em decorrência da AIDS (1996). Mas, já crescidinha, passei a curtir algumas músicas e a ter o cantor como um verdadeiro poeta. Sou apaixonada por suas escritas. E Legião é atemporal. Hoje eu vejo jovens que também não foram da geração oitentista, que curtem as músicas da banda. Então, posso sim dizer que o tributo foi válido apenas como uma singela homenagem da emissora musical, ao fãs e ao próprio Renato. Só. Só houve um Renato. E esse, musicalmente falando, é insubstituível.

 


'Não vá embora, fique um pouco mais. Ninguém sabe fazer o que você me faz. É exagero e pode até não ser, o que você consegue, ninguém sabe fazer...' - Legião Urbana


Gabi