segunda-feira, 9 de julho de 2012

E a gente segue em frente...

 
Acho que cheguei a fase da TPA. É o termo usado por Pri, para falar o período que antecede o aniversário. Não tem nada a ver com TPM. A gente não fica chato, dando patada nos outros. Mas causa um conflito de sentimentos que cabe a você pô-los em ordem. É o momento de reclusão, em que a gente tenta organizar essa bagunça e reflete sobre aquilo que está encasquetando há algum tempo. E não é você quem determina quando vai começar. Acontece! Assim, do nada. Minha TPA começou assim que Julho chegou. Estranhei. Normalmente fico assim quando falta uma semana pra chegar Agosto. Bem, como eu disse, a gente não escolhe. Acontece e puf! Veio meio que uma avalanche de sentimentos. Dúvidas. Contradições. Medos. Eu preferi me isolar um pouquinho para não incomodar os outros. Até por que a TPA é minha, rs. Fui muito rude com Anne na semana passada, conversamos e ela entendeu. Não gosto de deixar as coisas soltas assim. Ainda saí com Elvis, fomos ver O Espetacular Homem Aranha (preciso de um post para falar a minha opinião sobre o filme) e saí com Ádila e Carla, fomos comer sushi no Nirai. Foram bons momentos, onde pudemos conversar muito, rir muito, falar sério muito e combinar a comemoração do meu níver no MPBar, todos querem dançar e eu também... Estudei um pouco, mas da minha forma. Com meus livros. Putz! Comprei um curso pela internet e não estou conseguindo acessar com meu login. Até enviei um e-mail ao administrador. Estou esperando a resposta. Aproveitei o sábado para ler e no domingo, fui ao chá de bebê de Carol, esposa de Junior, amigo da época do Senai. Voltei de lá tão feliz! Reencontrar Junior foi a melhor coisa que poderia acontecer agora. Conversamos tanto! E foi através desse encontro que voltei para casa pensando... Fui assistir um pouco do programa Direção Espiritual, apresentado pelo Padre Fábio de Melo. Busquei no Youtube qualquer vídeo do programa e o primeiro que apareceu foi um cujo o tema era 'Apego e Amor'. Em um determinado momento, Fábio fala sobre essa coisa errada que fazemos ao nos apegar, até mesmo em uma amizade. Em não fazer do outro a nossa necessidade de ser feliz. E pior, atribuir ao outro a responsabilidade de cuidar de você. Existem limites que devem ser respeitados! Respeitar o espaço do outro. E isso era tudo o que não vinha fazendo. Foi meu momento de redenção. Minha vontade era ligar e pedir perdão, sabe? Nem me deu vergonha, me deu apenas uma vontade de pedir desculpas por ter agido dessa forma. Não liguei, claro. Já era tarde. Mas enviei um e-mail e abri meu coração. Me senti tão mais leve. Minha amizade com Junior era de uma dependência ao ponto de não conseguir atravessar a rua sem ele. Eu falei atravessar a rua. Lembro de ter atravessado sozinha um certo dia, e um aluno que estava em minha frente, foi afoito e passou antes do sinal fechar. Foi atropelado e eu fiquei lá chorando enquanto o via falecer na estrada. Não esqueço dessa cena. A partir daquele dia, eu só passava para o outro lado, se Junior passasse comigo. Segurando na mão. E eu tinha 22 anos. O curso acabou e eu fui trabalhar. Precisei deixar o meu medo de lado e atravessar a rua sozinha. Mais do que isso. Fui trabalhar no metrô, onde eu precisava atravessar à via. Aí vários medos tiveram que ficar em segundo plano. Hoje em dia eu já sou até meio desligada no trânsito. Até demais... 
 
O que quero dizer é que nenhuma forma de dependência gera crescimento. Pelo contrário. Te paralisa. A amizade deve ser algo que te deixa bem e livre. O apego te aprisiona. Acho que demorei muito para aprender. Mas aprendi. E esse erro, não será mais repetido. Disso eu tenho certeza. Talvez não haja mais oportunidade de voltar atrás, na verdade, nada volta. Mas a partir de agora, tudo será diferente. E eu só agradeço a Deus por ter falado comigo mais uma vez através das palavras do Padre. 

Em um dos momentos, Junior falou que queria que suas filhas fossem iguais a mim. E agora eu digo que eu quero é que elas sejam melhores. Bem melhores do que eu.


Gabi