quinta-feira, 8 de março de 2012

A delícia de ser o que é...


Aniversário da minha tia querida, Célia.
Uma das minhas tias queridas.
Sou muito apegada à minha família.
Minhas tias e minha vó são como mães para mim.
Pois cuidaram e cuidam de mim como tal.
Eu e meu velho defeito de me apegar às pessoas.
Bem, pelo menos me apego às pessoas e não às coisas, aos bens materiais.
Mas não é sobre apego o meu post de hoje.
É que amanhã é o Dia Internacional da Mulher, e eu quero homenagear a todas falando dela.
Da minha tia.
Há 3 anos ela enfrentou a maior barra.
Foi acometida de um câncer de Mama.
Que é o tipo de câncer mais comum às mulheres, segundo o INCA .
Foi feita a mastectomia e ela passou por um tratamento doloroso e muito sofrido.
Os seios são o símbolo da feminilidade, sejam eles grandes ou pequenos. 
Esse tipo de cirurgia fragiliza demais a mulher em relação a sua auto-estima.
Fora a perda do cabelo, proveniente da quimioterapia. 

Posso afirmar que nunca, em nenhum dia em que estive com ela, a vi reclamar de nada.
Minha tia virou para mim um exemplo de força, coragem e fé.
Força para viver cada dia, na batalha pela cura.
Coragem de enfrentar todos os percalços pelos quais foi preciso passar.
E a fé que não a fez desmoronar em nenhum momento.
Tenho certeza que havia momentos de tristeza, de angústia, de dúvidas, mas ela escondia de nós. Era ela ali sozinha, com Deus.
Só Ele sabe como foi difícil.

Passado esses anos, ela está muito próxima da cura total.
Que segundo os estudiosos, é no prazo de cinco anos.
Mas eu aqui afirmo que minha tia é meu orgulho.
É a personificação da palavra vitória.
Fica aqui minha pequena homenagem.
Meu orgulho.
Meu agradecimento a Deus pela vida dela e por ter estado sempre junto. 
Em todos os momentos.

Me veio agora em mente uma lembrança de um dia em que eu acordei down, fui pra sala, coloquei na rádio (estava tocado Estrela de Papel - Pedro Mariano), peguei um caderno e pus-me a escrever (como sempre faço). Eu estava indecisa demais. Insatisfeita demais. 
Querendo pedir demissão de um emprego que me fazia mal, no último mês do curso, sem conseguir estágio. Fiquei ali no sofá, chorando enquanto escrevia. E ela chegou, me viu assim e sentou perto. Fez de conta que não havia percebido minhas lágrimas e conversou normalmente. Sem me perguntar nada. Ela já sabia que eu não estava bem. E com o jeito alegre que só ela tem, começou a contar como era no hospital, falou das crianças que ela encontrava, de um rapaz da minha idade que tinha um tumor no estômago, contou das conversas com as médicas... 
E meu semblante mudou na mesma hora. Me senti tão pequena e mesquinha. 
Eu estava ali, chorando por uma bobagem que podia ser resolvida por mim.
O emprego não me fazia bem? Era só pedir demissão!
E que eu corresse atrás do estágio, ora!
Eu tinha toda saúde, toda vida para fazer o que eu quisesse!
E ela estava ali, lutando diariamente naquele hospital para ter sua saúde restabelecida.
Para ter mais vida.
Eu parei de chorar, olhei pra ela assim... Sorri.
E daquele dia em diante, saí para resolver meus 'problemas'.

Foi só uma lembrança que me veio agora.
Repito, minha tia é uma mulher de força e coragem.
E quando eu crescer, quero ser igual a ela.

À nós, mulheres.
Que estamos na labuta do dia-a-dia, meu Feliz Dia Internacional da Mulher.
Dia que deve ser festejado em comemoração às nossas lutas e aos nossos direitos conquistados.
Que nós, mulheres, sejamos respeitadas e homenageadas diariamente.
Merecemos.

Gabi