sábado, 12 de maio de 2012

Meu!


Geralmente, quando uma pessoa exclama 'Estou tão feliz!', é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada. (...)

Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim avalia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. (...)

A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.

Ser feliz por nada talvez seja isso.

Trecho da crônica "Feliz por nada" 

Fui à Livraria Cultura buscar meu livro. 'Feliz por nada' (Martha Medeiros). Uma reunião de crônicas da escritora. Leitura simples e direta. É meu!

Gabi