quinta-feira, 17 de maio de 2012

O presente mais bonito que eu ganhei...

Fiquei aqui buscando palavras para que eu pudesse descrever a importância desse dia para mim. Confesso que não encontrei palavras, muito menos consegui formular uma frase... De repente, me vi com o vocabulário vazio. Escrevo sobre o que quero, sobre o que eu gosto e para as pessoas que eu gosto. Mas para ela eu não consigo. Por que qualquer palavra fica pequena diante do sentimento mais bonito que eu já senti. Por que se eu escrever que a amo e que a quero bem, soa tão pouco! Não sei para onde esse texto vai me levar, eu só sei que há seis anos eu ganhei de Deus um presente. Que é pra eu cuidar... Que é pra eu amar. Zelar. Proteger. Guiar. Há seis anos eu fui tia e logo em seguida, madrinha. E me sinto mãe. Um pouco. Por que a minha relação com a minha irmã é de outro mundo. De outro plano. Às vezes somos tão próximas, que somos uma só. Mesmo sendo duas. Somos tão diferentes. Somos tão iguais. E eu acompanhei toda a angústia que ela sentia por não conseguir engravidar. E eu estava do lado (literalmente) quando ela atendeu o celular (meu) e ouviu um positivo do outro lado. Sim, Dani estava grávida. Choramos tanto! Saí ligando para todo mundo. Queria dividir com todos aquela alegria sem fim. Eu estava com ela na primeira ultrassonografia (fizemos sem autorização do médico) e chorei com ela ao ver aquela coisinha no aparelho. Já era uma vida. Uma vida que nove meses depois chegaria ao mundo e mudaria a minha no mesmo instante. Eu estava com ela na primeira noite na maternidade. Eu vi aquele serzinho mexer, chorar de madrugada e só eu poderia pegar e colocar nos braços e acalmá-la. Eu consegui! Me senti esplêndida. Lembro de ouvir da enfermeira "não coloque manha". Mas tudo o que eu mais queria era tocar, era sentir aquela pureza pertinho de mim. Era o momento da gente entrar em contato, se conhecer. E naquele pegar nos braços, foi formado um ciclo que não tem fim e que é todo o meu viver. É como alcançar o infinito. Eu passei as noites posteriores na casa de Dani, ajudando como eu podia. Fazendo o almoço (empelotando o purê de batata), trocando fralda, fazendo o leite. Não tem como dizer que ela não é um pouco minha filha. Não podia mais fugir. Eu já estava ali. Em tempos que o meu cunhado trabalhava à noite, dormíamos nós três na cama de casal. Ficava um tempão parada, olhando pra ela... E no batizado, lá estávamos eu e Dani, chorando ao vê-la receber a unção. Ali eu estava devidamente declarada madrinha. E depois disso só houve coisas boas. As primeiras palavras. As idas ao hospital. A internação. O probleminha auditivo que ela teve, que veio a retardar o processo da fala. Nossa! Como eu me emocionava ao ouvir sua voz pronunciando palavras, formando frases! Cada dia era uma vitória. Graças a Deus, o pior já passou. Hoje ela é até uma tagarela! E nesse passar de tempo, já não posso estar tão perto como quando eu ficava antes. Hoje eu trabalho, tenho as minhas ocupações. Mas sempre nos vemos. Sábados ou domingos. E nos falamos por telefone. Dia desses ouvi assim: 'titia, você trabalha muito! Tem que sair, brincar...' no alto dos seus cinco anos, me aconselhando. Como pode? Como pode esse amor? Como pode caber tudo isso dentro desse coração? Que ligação forte é essa? Não faço ideia de como seja o amor de uma mãe. Eu sei que o meu, de tia, é tão grande que parece ocupar todo o coração. Transborda. Chega a doer. E agora, com a minha Pinzinha fazendo seis anos, o que eu mais quero é vê-la assim, saudável, linda, com o sorriso mais cativante que eu já vi. Com aquela carinha linda, do nariz bem feitinho. Do cabelinho cacheado. Do abraço mais gostoso. E da voz mais bonita. Eu quero que Deus a proteja e ilumine seus dias. E quero acompanhar todo o seu crescimento. Yasmin. Minha bonequinha. Minha flor. Minha estrela. Eu não sei se um dia eu vou ter essa graça de conceber um filho. Mas se não acontecer, eu já terei vivido a experiência e conhecido o amor maior. Maior que eu. Ela é o presente mais bonito que eu ganhei aos vinte anos, no dia 18 de Maio. E que eu vou ter pelo resto da minha vida. 


O sorriso mais lindo. O olhar mais sincero. A pessoa mais linda do mundo.

 O que guardo de maior do melhor que há em mim.
Um amor puro não sabe a força que tem.

Com todo o amor, 
Tia Bibi