sexta-feira, 20 de abril de 2012

Há tanta vida lá fora...



Sexta-feira. Acordo atrasada, 05h36. Corro para tomar banho e vou super rápido vestir uma roupa. Comi um pãozinho com leite, ainda queimei o dedo no forno. O metrô demorou um pouco, mas o ônibus foi rápido. Se eu não corresse, não teria entrado. Cheguei cinco pras oito. Humm, que bom!

Enquanto estava na internet, fui pesquisar sobre o significado literal da palavra MATURIDADE. É por que eu ouço tanto sobre isso! Caramba, será que sou tão infantil assim? Beleza, encontrei uma resposta que diz assim: Maturidade é o estado das pessoas ou das coisas que atingiram completo desenvolvimento. Aham? É isso mesmo? Não gostei. Atingir o completo desenvolvimento é chegar à perfeição. E eu cresci ouvindo que nada e nem ninguém é perfeito. Sei disso na prática. Somos seres humanos, limitados, em busca do nosso crescimento pessoal, profissional e espiritual. Mas nossa limitação não nos permite sermos completos. Por que assim perde-se a graça em viver. Imagina se houvesse uma idade em que atingíssemos o completo desenvolvimento? E digamos que fosse aos 57 anos. Qual vai ser o desafio dessa pessoa chegar aos 58 anos, se aos 57 ele já sabe tudo? Ah, não. Assim é chato. 

Sei, peguei o significado literal. Entendo que maturidade seja aquela fase adulta. No entanto há adultos que não são maduros. Talvez maturidade seja quando aprendemos através das nossas experiências vividas. Quando chegamos ao ponto de controlar nossa insegurança, nossos medos, anseios... Melhor interpretar e criar meu conceito conotativo da palavra. O denotativo é muito reto. Sem graça. Feio. 

Eu tenho 26 anos, cronologicamente sou adulta. Trabalho, pago as minhas contas, tenho as minhas responsabilidades, tenho cartão de crédito e sou eleitora. Olhando assim, podem dizer que sou madura? Para a minha prima de oito anos, sim. Para meu amigo de quarenta, não. Para minha amiga de vinte e sete, estamos na mesma fase. Aquela em que se está amadurecendo. Assim, no gerúndio. Está acontecendo. Estou no processo de aprendizagem. Não sei quando é que vai chegar o dia em que vou dizer: 'olhem, eu sou madura!'. Se é que essas coisas se dizem... É um aprendizado com experiências externas, que adentram em nossas vidas, transformam-nos internamente e logo, sai novamente. E quem está fora percebe. Tá, acho que entendi. Não preciso sair dizendo a todos que consegui. Que cheguei lá. 

Mas estou tentando baixar a guarda, me despir dessa armadura criada por mim em forma de proteção. E é tão difícil sair dessa redoma. Você procura a saída, às vezes ela está em sua frente, mas você não tem coragem de sair, por que tem medo do que pode acontecer lá fora. Aqui dentro é tão seguro! Aqui nada me atinge. Aí você ouve quem está de fora lhe dizer que lá tem seus perigos, mas também tem um céu azul e uma vida lhe chamando, lhe desafiando a viver! E por hora dá uma vontade imensa de abrir a porta e sair. E me jogar. Só que a redoma tem seu charme e sabe lhe chamar de volta, a redoma seduz dizendo que você pode sofrer, que dentro dela é mais fácil... E na minha insegurança, tendo a procurar algo que não me assuste, algo com a qual eu já esteja acostumada. E eu estou completamente acostumada a ter a minha vida guiada por terceiros. 

Só que aos 26 anos, estou cansada de não fazer nada. A redoma lhe protege, mas também lhe deixa estagnada. Parada. Morta. E eu aqui cheia de vida! Já estou aflita em trabalhar em algo que não exige nada de mim. Imagina aceitar viver o resto da vida assim? Não quero! Não quero ser uma profissional medíocre. Não quero ter uma vida medíocre. Não foi isso que escolhi para mim. Por que mesmo estando presa nessa coisa que deixei ser construída ao meu redor, eu sonhava. E ainda sonho. 

Eu já saí dessa proteção, às vezes acabo voltando. Mas sair é o primeiro passo. Sinto que não basta dar o primeiro passo, é preciso continuar andando. E eu vou andar. Do meu jeito, devagar, mas vou. Foi preciso alguém me encorajar, me mostrar que eu tenho capacidade. Que todos nós temos essa capacidade, é só tentar. A palavra usada foi 'arriscar'. Ainda faço meus planos, a faculdade está em primeiro lugar. Agora decidi que quero dirigir, tirar habilitação para motorista. Isso em 2013. Mas sei que até lá ainda tenho muito o que estudar para conseguir a primeira meta. É só uma questão de organização e ir atrás, só estou um pouco perdida, sem saber por onde começar. Mas eu vou achar a saída.


Ah, quanto à maturidade... Já está acontecendo a cada exigência que a vida faz de mim.


Gabi