Perdi a hora de acordar. Nem painho, nem despertador. Nada conseguiu me tirar da cama às 05h20. Acordei às 05h48. Pulei e fui direto tomar banho. Não sei como, mas às 06h40 eu já estava na estação de ENG. Também nem me arrumei para sair. Vesti um jeans, com um blusão preto, fiz um rabo-de-cavalo e nem passei meu lápis nos olhos. Somente o protetor solar no rosto e o óculos para disfarçar as olheiras causadas por uma noite mal dormida, com cólicas. Mas passou e eu fui trabalhar, na boa. Estava ansiosa para largar logo, eu queria muito ir na Livraria buscar as minhas encomendas. Dito e feito. Saí do escritório às 15h15 para resolver uma parte burocrática do plano de saúde de um funcionário (ah, recebi minha farda!) e deu tempo passar na Cultura. Peguei meus livros. Agora só preciso organizar meus horários de leitura. De Segunda à Sexta eu trabalho e chego em casa às 19h20. Durante à noite, estou conseguindo estudar pela internet mesmo. Aí só tenho os sábados e domingos para me dedicar ao hábito da leitura, que tanto gosto. Na próxima semana eu começo a fazer isso, já que amanhã vou para casa de Dani, curtir as minhas pequenas e à noite tem o show de Vercillo.
Domingo vou pegar um cineminha com meus primos e Pedroca. Vamos ver Os Vingadores. Parece ser uma boa pedida para esse dia. E eu quero mesmo sair e conversar um pouco com ele. Aproveitar os últimos momentos, já que no final de Maio Pedróvsky vai cair no mundo (como ele costuma dizer). E ele está certo... Eu bem queria sair assim, me jogar na vida um pouco. Me desligar desse mundo e conhecer um outro, novo. Mas agora não dá, sem $$$. Eu já disse que quero aprender a dirigir? É para 2013. Não sei, só sei que me deu essa vontade. Acho sinônimo de independência e liberdade. Até um dia desse, essa hipótese nem passava pela minha cabeça. Era totalmente descartada. Eu achava que 'meu marido' pudesse fazer isso por mim. Sei lá, comecei a mudar quando parei para pensar que não quero depender de homem para nada. Muito menos para decidir a minha direção, literalmente. Vou começar a fazer jus às minhas tattoos, minhas borboletas. Liberdade. Transformação.
E assim passou mais uma Sexta-feira. A última do mês de Abril. E eu fiz o que minhas amigas falaram para não fazer: Ligar. Ah, droga! Eu não gosto desses joguinhos. Nesse ponto eu não sei ser mulherzinha, fingir ignorar e ficar esperando que ele ligue. Eu não! Se tenho vontade, vou lá e faço. E ligo. Mesmo que eu quebre a cara, como aconteceu hoje. É que comigo é assim. Eu preciso viver para aprender. Não adianta me dizer o contrário. Eu faço. E fiz. E liguei. Queria continuar aquela conversa, que não terminamos ontem... Mas senti um M.. distante. Frio. Sem vontade de falar. Aí depois que desligo, percebo que meti os pés pelas mãos de novo. Porra! Por que as coisas não podem ser como eram antes? Até um tempo desse conversávamos normalmente. Falávamos sobre as nossas vidas. Por que agora ele mudou? E depois ainda diz que é coisa da minha cabeça. E não é! Está mudado comigo. Eu não liguei para cobrar nada. Queria saber como foi a viagem! Se era à trabalho ou para descansar com a família. Por que me preocupo com sua falta de tempo, por que sei que ele precisa de férias, de descanso... Não estava interessada em saber se ele 'pegou' alguém nesses dias. Não me interessa em saber a verdade. Até por que, não é da minha conta. Eu só queria saber se ele estava bem... Simples, não? E também queria saber que, se a viagem foi à passeio, por que desligou o telefone na minha cara duas vezes? Nem deu tempo perguntar, ele se despediu antes de mim.
Essa conversa fez com que eu me sentisse um peso na vida dele. Peso esse que ele não precisa carregar, por que agora vou me afastar. Eu só queria meu amigo de volta. E essa foi a minha última tentativa. E se fui na Livraria, é por que fui buscar tudo o que encomendei para dá-lo de presente. Nem sei... Do jeito que a coisa vai, nem sei se vai querer receber o que tenho para dar. Mas, ok. Agora aprendi. A partir de hoje não ligo, não mando SMS e não puxo assunto no face, nem no msn. O dia em que ele quiser falar, estarei ON. Como sempre estou.
Se foi esse o fim que ele escolheu. Assim será. Serei passiva, como sempre. Pois já fiz a minha parte. Já lutei pela sobrevivência da nossa amizade. Mas uma relação, seja ela qual for, precisa ser correspondida. Quando não é, já não existe. E a nossa deixou de existir faz tempo. Só hoje é que caí na real. E desejo que um dia ele encontre uma amiga que o olhe como eu já o olhei, com todo aquele brilho no olhar, com toda admiração, com todo o carinho. Não foi só tesão. Foi gostar. Foi querer bem. Foi torcer pelo seu sucesso. Pelas suas vitórias. Foi gratidão pelo bem que me fez. Foi amizade. De verdade.
Foi.
Frase da noite: "Se só você procura, o que era para ser encontro vira perseguição" - Elenita
Gabi
