segunda-feira, 16 de abril de 2012

Eterno enquanto durar...




Um dia desses postei no minha página do Facebook, um link com a notícia de que a cantora Gretchen estava indo para o seu décimo sexto casamento e coloquei a seguinte legenda: 'Assim não vale, Gretchen vai casar pela 16ª vez e eu aqui, solteira...' e vi uma enxurrada de comentários. Todos dizendo algo como: 'ah, mas homem só gosta de mulher assim', 'ela não vale nada', 'quer aparecer'. Achei interessante a visão de todos. Mas talvez os comentários tenham sido dessa forma por se tratar de uma mulher polêmica, que já fez filmes pornográficos, posou nua um milhão de vezes e rebola o bumbum há mais de 20 anos. Além de superexpor sua vida pessoal e aparecer na mídia justamente por casar várias vezes. Perdeu a credibilidade e virou piada.

Mas vou dizer aqui que acho válida a tentativa de ser feliz. Assisti a uma entrevista da mesma  no programa De Frente Com Gabi e ao ser questionada sobre esse fato, ela respondeu que não casou dezesseis vezes, e sim teve 16 relacionamentos. E que não se arrepende. E que vai buscar ser feliz até um dia conseguir. E Marília Gabriela a indagou, perguntando se Gretchen não sabia ser feliz sozinha. Consigo. Ela disse que não...

Aí vem a resposta que me fez pensar. Como alguém vai ser feliz com outro alguém se não suporta a sua própria companhia? Oi? Olha, eu tenho 26 anos e boa parte desse tempo fui solteira. Bem, solteiro é um estado civil, né? Então, fui a vida toda assim. Alguns namoricos, apenas uma paixão. E posso dizer que me acostumei a ser (estar) sozinha. E eu curto isso. Vivo bem com a minha companhia. Sei que vai ser difícil quando eu tiver de dividir meu dia-a-dia com outro. Digo difícil na questão do hábito de não ter de dar satisfação a ninguém. Não na arte de conviver. Mas acho que isso também será complicado. No início.

Voltando ao que Gabi questionou da rainha do rebolado, repito que sou feliz comigo. E que minha vida sentimental nunca foi meu foco. Mas quando acontecer e não der certo, não vou desistir. Eu espero que, se um dia eu vir a casar, que seja para sempre. Farei de tudo para que dê certo. Mas se por algum motivo, eu vir que a separação é o melhor caminho, não vou hesitar. Não sei se partiria para um outro casamento. Morar junto de novo. Não sei. Não dá para falar de algo sem ter a experiência. Mas acho válido tentar. Não existe alma gêmea. Não existe cara-metade. Não existe alguém que te complete. Não existe amor-perfeito. Não existe apenas um chinelo velho para um pé cansado. Assim como também não existe apenas uma tampa certa pra uma panela. Tudo isso é ilusão. Frases de efeito publicitário, talvez. Existem pessoas. O mundo é enorme. Não posso achar que só existe um cara que vai me fazer feliz. Isso é desesperador! E se esse tal cara que vai me fazer feliz, que for a tampa da minha panela, morar no sul da Oceania? Em outro continente? Quer dizer que não vou ser feliz??

Não, eu não posso acreditar nisso. Já disse, existem pessoas. E no meio delas, existem várias que podem lhe fazer bem. E acho que só vale levar uma relação adiante, enquanto ela for boa para ambas as partes. Não há filhos, pais, vizinhos, sociedade, que me faça ficar presa num relacionamento defasado. Ok, filhos são importantes e sem dúvida, pesam e muito na hora de decidir permanecer com alguém que já não te enche os olhos, que já não desperta teu interesse. Que já não há tesão de estar junto. E não falo de tesão no sentido de desejo, de sexo. E sim de vontade. De querer. E aí meu bem, se um dia isso acabar no meu relacionamento, se não houver mais vontade, paixão, se perder o respeito e acabar o sentimento, eu vou arrumar minha a mala e recomeçar a minha vida. 

Eu espero que seja eterno. E espero que para mim, só aconteça após a faculdade. Eu gosto de ser solteira. Me dou o direito de apenas me apaixonar. E desapaixonar. Uma vez, li um texto de Fernanda Mello e há uma parte em que ela diz que amar é um tipo de recompensa. Quando você se volta a cuidar de você, a ser você e a não esperar tanto dos outros, puf! Acontece! É uma recompensa para quem sabe se amar. É prêmio para quem conseguiu manter-se fiel a si mesmo.

E eu estou conseguindo.
Um dia, o prêmio chegará.

Mas quero minha recompensa lá para os 30 anos.
Vai que ele esteja na Oceania...
3 anos é tempo o suficiente para que ele chegue. =P

Gabi