Hoje ainda é terça e eu estou com essa sensação chata. Ok, é a minha TPPM (Tensão Pré Pré Menstrual). Começa o drama, vejo as coisas superlativas. Tá, eu sei. Mas não é por isso que vou deixar de escrever. Mesmo que daqui a duas semanas eu volte a ler esse post e ache graça. Nessa fase sou tão personagem mexicana! Vou tentar não intensificar.
Mas acordei com uma puta dor no estômago. Parece que tem alguém socando a mão dentro dele, e tirando-a com rapidez. Não sei, mas acho que isso é resultado da vitamina em comprimido que decidi (por conta própria) tomar. Faltam seis cápsulas ainda, vou terminar a medicação. Depois cuido do estômago. E talvez não seja só isso, costumo repetir aquele ditado popular que fala assim 'quando a boca cala, o corpo fala'. Fala? Não, meu bem. O meu grita! É na pele que aparecem as espinhas, é na falta de apetite e é no estômago. Esse é um dos motivos pelos quais me habituei ao meu blog. Pelo menos aqui exorciso tudo aquilo que não posso falar diretamente para alguém. Mas acontece que eu tento ao máximo não levar problema para ninguém. Se me perguntam tudo bem, sempre respondo que sim. Mesmo que eu esteja com uma cólica infernal, ou preocupada com alguma coisa. Sei lá, ninguém tem nada a ver com o que estou passando. Evito não falar principalmente para os meus pais. Claro que não sou boa atriz, eu demonstro no meu comportamento. Vou para o quarto, falo pouco... E eles percebem. Mas não falo, nem sob tortura, o que está me aflingindo. Eles não precisam saber que estou insatisfeita com o trabalho. Que é chato não fazer nada. Não preciso contar que levei uma topada na rua, ou que alguém me olhou feio. O cartão de crédito vence hoje, já foi pago. Mas e as outras despesas, como ficam? Bem, serão adiadas.
Fiquei triste hoje, provavelmente não vou ao show de Jorge Vercillo. Sim, eu sei que vou todos os anos, mas é justamente por isso que fiquei triste. É um costume. Mas preciso agir como adulta e não como uma adolescente histérica que chora por causa do ídolo. Assim como não vou ver Chico e talvez não vá para Jota Quest e Capital Inicial (ah, Dinho!). Agora, é o momento de abrir mão de um dos meus lazeres preferidos, para não acumular dívidas. Eu sei o aperto que estou passando. Emprego novo, arrimo de família... É tudo muito recente, ainda estou na corda-bamba e segurando para não cair.
Me deu uma saudade da época em que eu não tinha essas obrigações. Por hora me sinto mãe dos meus pais. Estou morrendo de preocupação em relação à cirurgia de mainha, que precisou ser adiada. Mas preciso manter o sorriso no rosto e mostrar para ela que está tudo bem. De repente, parece que todas as mazelas resolveram acontecer. Queria desligar de tudo só por um dia e não pensar em nada. Acordar tarde num dia de semana, sair para tomar um sorvete de sonho de valsa com calda de chocolate.
Não costumo reclamar da vida, isso ficou na adolescência, mas tem hora que pesa! E eu não sou muito forte. É, é justamente nesse momento em que aparece uma força não sei de onde (eu bem sei de onde) e eu consigo passar pelo obstáculo. Saio machucada, ferida, mas em pé. Cabeça erguida. Eu amo a minha família, faço tudo pelos meus pais, e faria novamente se houvesse outra vida. Só que hoje, agora, nesse exato momento, tudo o que eu mais queria era ser filha. Era ser cuidada.
Ganhar um abraço e ouvir um 'vai ficar tudo bem'.
Gabi
